domingo, 23 de julho de 2006

O criador e a criatura

Ao observarmos o ataque da aviação israelense às torres transmissores de TV no centro e no norte do Líbano e ao sul daquele país, além de atacarem os retransmissores de telefonia celular, temos a certeza de que não há somente uma tentativa de se destruir as bases do grupo Hezbollah mas, principalmente, há um ataque visando a destruição de uma nação livre e independente, numa atitude totalmente injustificável.
A presença de milhares de estrangeiros naquele país, descendentes das enormes colônias sírias e libanesas espalhadas pelo mundo a fora, nos dá a dimensão da história desses povos, eternamente expulsos de sua terra natal.
A invasão pelo Império Otomano com a migração de milhares de libaneses e sírios, em busca de outros paises para que pudessem sobreviver, depois substituída pela invasão francesa, o que fez com que aqueles povos milenares só atingissem a liberdade na metade do século passado, transforma esse povo num dos mais sofridos e oprimidos da nossa história recente.
O Líbano principalmente; conhecido como a “terra do cedro”, era tido como “a Suíça do Oriente Médio”, devido a sua relativa paz e prosperidade, tendo Beirute como uma das mais belas cidades do Oriente Médio.
A beleza de suas praias é impar, o que faz esse país um dos paraísos turísticos mais belos do mundo.
Sua formação cristã e maometana, povos que conviviam pacificamente até a invasão israelita que gerou uma das maiores guerras civis do Oriente Médio, até que a paz voltou a reinar.
Hoje temos a destruição da infra estrutura de um país belo, com feições ocidentais e um povo mais pacato e sereno que a maioria dos povos árabes.
A possibilidade da entrada da Síria no conflito com a deflagração de uma guerra de proporções muito maiores do que podemos imaginar, existe e deve ser considerada por todos.
A posição do governo Bush de somente intervir depois de que se tenha destruído o Líbano é coerente com as atitudes covardes e torpes do Império americano.
A reação contra os EUA, por meio de ações como as executadas pelos afegãos e pela Al Kaeda poderá se tornar mais um capítulo da história dos EUA contra o terrorismo para o qual ele é o maior estimulador.
Estas reações a omissão ou a ação de um país como os EUA que bloqueia todas as tentativas de pacificação fazem com que, grande parte do mundo civilizado passe a ter uma posição ideológica contra os norte americanos.
Esse preço a ser pago pelo povo americano, nas ações terroristas, não pode ser reclamado pelos mesmos, já que a conta paga pelo mundo às ações e omissões de Bush é muito cara e muito dolorosa.

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