sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

23792

Enquanto em rubro sangue borrifada
A vida que profanas, guerra e saque,
Aguardo este momento; em duro baque
E temo que afinal não reste nada.

Por mais que a fantasia ainda estaque
Nos olhos de quem ama a vã estrada
Uma alma pelo sonho abandonada
Usando um corroído e podre fraque

Permite-se que veja atrás do muro
Um tempo aonde em vagos eu procuro
Ao menos um momento feito em paz,

Mas sei que após a chuva, nada vem,
E quando perceber, talvez alguém
Em cujos olhos brilho ainda traz.

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