segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Amor Divino

Eu quero que tu saibas que eu resisto
Por mais que nossos rumos dispersamos
Por mais que tantas vezes nós erramos,
Desse nosso caminho eu não desisto!

Em meio a tempestades e desordens
Nas lutas que travamos, claros céus,
Outras vezes nos cobrem negros véus,
Ilusões: obedeço suas ordens.

Ao ver essas fantásticas estrelas
Que sempre irão trazer inspiração
Eu abro totalmente o coração
Às flores deste espaço, sempre belas!

Amor, tenha certeza, e monopólio
É como ter o mar sem ter areia,
Fria chama jamais nos incendeia.
É como misturar água com óleo.

Evite, nessa vida, tal abismo,
Entenda que jamais ninguém amou
Se dele e só por ele sustentou
Um sonho mais terrível: egoísmo.

Quando Deus nos criou, como modelo,
Poderia ter sido tanta estrela,
Ou outra forma astral também tão bela;
Porém à Sua imagem; posso Vê-lo

Em cada ser humano. Na verdade
Nos deu Seu sacrifício em fera cruz,
Só para nos mostrar – caminho e luz...
E, na ressurreição, a claridade!

A vida se demonstra e traz seus motes,
Aprenda a conviver com teus irmãos,
São deles e por eles tuas mãos!
Também neles estão teus sacerdotes!

Nos teus caminhos prendem-se teus mastros.
Saiba que a cada passo que for dado,
Mesmo devagar, lento, compassado,
Caminhas com milhões de belos astros...



Disponha deste céu é casa tua,
O sonho que te leva, bom porteiro,
Permite que conheças mundo inteiro,
Olhando para cima em tua rua.

A beleza que muda noite e dia,
Penetra por teus olhos tristes baços,
Mostrando-te que acima, nos espaços,
Há todo esse universo, em harmonia!

Os milagres se mostram em tua boca
Na palavra que transmite a doutrina
Também pode ferir, dura e ferina.
Outras vezes se perde, fria e rouca...

A mesma mão que cura, maltrata,
O mundo tão enorme, como um todo,
Também pode trazer-te ao podre lodo.
O chão que traz o pântano, traz prata.

Nunca fique assentada na cadeira
Que pode parecer assim, segura,
Mas que te levará à noite escura
A vida aqui te quer e por inteira!

Não mostres teu olhar assim altivo,
Olhando quase a esmo, p’ra ninguém.
Saiba que é no outro onde está teu bem.
Mantenha nos teus olhos, lume vivo!

Teu olhos são reflexos do céu
Aqui, que sejam veros missionários.
Mas sabendo que somos todos vários
Em cada um recobre um próprio véu.

Cada ser tem a própria consciência
Que pode ser até, à tua, alheia.
Mas a chama é igual, sempre incendeia.
Perceba em cada ser a sua essência!

Se todo julgamento nos desgasta
E em todo esse universo só irmãos,
Evite transformar as tuas mãos
Naquelas que, julgando, nos desbasta.

Caminhe para a frente, amor nos leva
Aos braços do Senhor. Amor estende
O tapete para onde alma se pende
E nos livra da triste e negra treva.

Permita que deslinde-se o futuro,
Semeie sem temer, a boa nova.
Somente em vida, a vida se renova.
A luz pode nascer do céu escuro.

E saiba que viver é para os bravos,
Deles, toda semente dá seus frutos.
Carinhosos, por mais que penses brutos,
Sabem que amor liberta. Sem escravos!

Somente amor aquece em noite fria.
Amar é conviver, é comunhão.
É se permitir sempre dar perdão,
É fazer dessa noite um claro dia..

Mesmo que todas dores, tristes molhos,
Invadam tua vida, duras chamas,
Te tracem dolorosas, negras tramas,
E ceguem não te deixem nem ter olhos,

Assim como as tristezas, podres laços,
As marcas dolorosas de uma guerra;
Várias pedras caindo de uma serra,
Os raios, trovões, riscando espaços,

As febres devorando corações,
A vida em carne viva, sofrimento.
As quimeras trazendo dor, tormento,
Os problemas todos, multidões,

Erupções de vulcões, incandescentes,
Que a tudo não perdoa e incendeia
O sangue congelando em tua veia,
Os sonhos, pesadelos envolventes...

As mortalhas doídas, canibais,
Os cortes tão profundos, dissecantes,
As noites do martírio, delirantes,
Os medos e as maldades tão fatais,

Saiba que dos céus sempre boas novas,
Os olhos que te miram, verdadeiros
Trarão em teu viver belos luzeiros
E todas as angústias, meras provas.

Não temas nem os braços algemados
Nas coisas que te trazem a saudade.
Lute e conseguirás a liberdade.
Na verdade são anjos disfarçados

Que trazem toda a prova que precisas
Para que tua vida não se faça
Em base que, no fundo, sempre passa.
Se vão e se esfarelam em plena brisa...

A vida nos prepara, esteja certa,
O medo que polui nosso futuro.
Pois não temas transpor esse alto muro;
Saiba que depois tudo se conserta.

A mesma mão que fere te levanta.
Por isso sempre erguidas para o céu
Com o Senhor, mantenha teu anel.
Para que, com Deus tenha a vida santa.

Tu és um grão de areia no areal
Por isso não proclame aos quatro ventos
As dores nem tampouco os sofrimentos
Quem te ouve com certeza tem seu mal.

Mas nunca negue apoio ao que precisa.
Mesmo na tua dor, estar contente
É forma de mostrar a toda a gente
Que alegria nos salva e ameniza.

Se todo o teu tormento não te cura,
Saiba que nele existe a mão divina.
Pois todo sofrimento descortina
Aurora da esperança em pura alvura.

Tua vida não seja um mar deserto,
A tua alma sozinha se descora
Precisa renascer a cada aurora,
O fim de nossa estrada é sempre perto.

O vento da existência não vai longe.
A vida não vacila e nunca espera.
Seja então uma eterna primavera.
Nossa felicidade é nosso monge.

Carregue tua vida em santa paz.
Não deixe nem suporte tanta mágoa.
Teus olhos nunca deixe rasos d’água
Amar a quem te odeia! És capaz?

Conheça o coração, palmo a palmo;
Ame teus filhos, todos os teus filhos.
Mas deixe que prossigam nos seus trilhos.
Cada um te trará um sonho calmo.

Respeite em cada ser, o vegetal,
Os animais. Refletem mesmo Deus.
Não são teus, nem são nossos nem são meus,
Quem os criou; o Pai Nosso, imortal,

Os fez para viverem liberdade
E em cada um seu brilho radiante.
É prova desse amor tão deslumbrante
Onde Deus nos mostrou Sua bondade.

E com certeza, todos são amados
Tanto quanto nós somos pelo Pai
E Saiba que a verdade nunca trai.
Ao contrário, confirma nosso fados.

Amor é sobre tudo, o soberano.
É fonte que nos mostra toda glória.
É Deus que nos demonstra, na memória
O quanto que Ele amou o ser humano.

Pois saiba que somente amor acende
O lume que nos livra das tristezas,
É fonte de invencíveis fortalezas
Que o perfume divino já recende!

Nenhum comentário:

Postar um comentário