domingo, 29 de outubro de 2006

doce fera

Amores são tão raros quais bromélias
São poucas as floragens, mas viçosas...
Na durabilidade das camélias,
No fresco aroma, lembro-me de rosas...

Nos brilhos e belezas que te espelhas,
Encontro essas canções voluptuosas.
Nas dores que me trazes, tristes, velhas,
As noites-pesadelos, horrorosas...

Amor que traz beleza duma orquídea
Ao mesmo tempo dói, e me envenena...
No bote que prepara a dor ofídia,

Tantas vezes solidão, minha quimera...
Mesmo com suas tramas vale a pena,
Enfim, domesticar a doce fera!

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