segunda-feira, 24 de abril de 2006

QUE ME PERDOEM OS ECONOMISTAS...

Tivemos uma intensa discussão entre os que apóiam ou não a política econômica do governo atual, havendo entre nós quem defendia uma ação mais forte do governo no sentido da ruptura com o sistema financeiro internacional. Graças a Deus, o governo federal não cedeu a essas pressões; senão, vejamos: A moratória seria catastrófica como ocorreu na Argentina que, se hoje cresce mais que o Brasil é porque chegou ao fundo do poço; sua recuperação econômica teria que, obrigatoriamente ser mais rápida que a nossa, pois lá a situação ficou preta. A ruptura por si só, sem pagarmos as dívidas, com o FMI, elevaria o Brasil a uma situação absurda de inadimplência que afugentaria todo o capital externo e o interno, tanto especulativo quanto produtivo, isso seria a bancarrota. Vivemos num mundo totalmente globalizado e isso é inevitável, imagina o que seria para nós uma queda nas exportações e importações; a experiência mais forte que me lembro é a do Camboja, que foi ao fundo do poço, com genocídio, miséria e até casos de canibalismo; isso seria temerário demais. Devemos, e temos que pagar; a culpa não é nossa diretamente, mas muito menos dos organismos internacionais e multis; se tivemos governos absurdos como o passado, e os da época da ditadura militar, azar o nosso. É duro falar isso, mas a verdade não pode ser ofuscada; quem elegeu essa canalha tucana fomos nós, povo, se fomos ludibriados o problema é outro. Todos somos pessoas dignas e isso é ponto pacífico, e mantemos nossas contas em dia, se herdamos dívidas, iremos pagá-las, o problema é outro. Adiantaria deixar de pagar as contas e fazermos um desgoverno como o passado? O importante é a distribuição de rendas e riquezas, essa é nossa principal mazela, somos da "classe média" da economia mundial, mas o nosso povo viveu sempre como os "proletários" afro-asiáticos. O que me chama a atenção não é o crescimento da economia, mas sim a melhoria de qualidade de vida do pobre, isso é que é a maior conquista. Com o aumento do salário mínimo, o poder de compra aumenta, e isso gera maior riqueza, um milhão rendendo dividendos mata de fome, ele circulando, mata a fome. Se analisarmos dessa forma devemos aplaudir de pé a política econômica. Dólar baixo significa menor preço e isso é óbvio; o produtor para ter o mesmo ganho tem que vender mais e produzir mais, isso gera emprego; parece óbvio que isso está refletindo na melhoria de vida. A bolsa de valores reflete muito mais o capital produtivo do que especulativo, ao contrário do dólar, e ela vem batendo recordes, a balança comercial também e isso com o aumento das importações, estamos comprando mais e vendendo muito mais. Outra medida que aplaudo é a isenção do imposto sobre as aplicações econômicas que vêm de fora; isso estimula a entrada de capital e possibilita a queda da taxa de juros, que tende a ser a menor desde 1979, ou seja, a menor da história democrática recente do país. Meus olhos estão vendo um futuro muito melhor, com a entrada no mercado de trabalho dessa gente que está se aprimorando nas faculdades e no ensino técnico. Outra coisa é melhor para as faculdades as bolsas e os incentivos fiscais do que os bancos vazios; e isso ocorreu somente agora, pela falta de vontade política dos desgovernos anteriores, interessados em manter o proletariado faminto, para ter uma moeda de troca mais barata à época das eleições. Os bancos também estão batendo recordes de lucratividade, reflexo do aumento da circulação da moeda, é óbvio. Os juros "altíssimos" nunca foram tão baixos para os setores produtivos. Principalmente para os vindos do proletariado. Crescer sem dividir o bolo somente gera a fragilidade da economia, como no final do governo passado, onde a fuga de capital pode ser comparada a um período de guerra, gerando a miséria e a recessão. A melhor distribuição de renda, por si só, garante mais a sobrevivência da economia, pois cria estabilidade e, associada à versatilidade dos meios de produção, torna a economia bem menos fragilizada perante as intempéries. O caminho é esse, a luz é essa, não me resta a menor dúvida.

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