sexta-feira, 23 de junho de 2006

Ao muriaense de fibra, em todos os sentidos.

Lula anuncia Alencar como vice
De Lisandra Paraguassu na Agência Estado:
"Embora não tenha anunciado formalmente a sua candidatura à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de confirmar, em Chapecó (SC) que o vice-presidente José Alencar é o seu candidato a vice na chapa que disputará em outubro. Lula disse que aprendeu com o futebol que em time que está ganhando não se mexe. Ao ser perguntado se já teria conversado com Alencar sobre o assunto, Lula disse que nem precisava, porque Alencar já é vice dele, "um grande empresário e grande companheiro".


A escolha de Jose Alencar para repetir a chapa vencedora em 2002 não é nada mais nada menos do que a configuração de um ato de justiça e de bom senso.
José Alencar tem se demonstrado um companheiro fiel e amigo, em todos os momentos, mesmos nos mais difíceis.
Sua importância como maior empresário de Minas, dá o lastro que Lula necessita para continuar sendo visto sossegadamente pelos empresários nacionais e estrangeiros, inclusive os verdadeiros investidores que trazem capital não especulativo para o Brasil.
José Alencar, mineiro de Muriaé, meu conterrâneo, portanto, tem uma história muito parecida com a de Lula.
De origem humilde, na pequena Rosário de Limeira, hoje município, mas à época pequeno distrito de Muriaé, começou como balconista de loja, tendo sua biografia descrita desta forma:
“José Alencar Gomes da Silva nasceu num povoado às margens da pequena Muriaé, Minas Gerais, em 17 de outubro de 1931. O décimo primeiro filho de um total de 15 descendentes do casal Antônio Gomes da Silva e Dolores Peres Gomes da Silva.
O trabalho veio cedo e já aos sete anos, José Alencar estava atrás do balcão da loja do pai. Em 1946, aos 15 anos, Alencar deixou a casa dos pais e foi para cidade trabalhar como balconista na loja de tecidos "A Sedutora". A vida na cidade não era fácil já que o pouco que ganhava não era suficiente para pagar um quarto.
Dois anos depois, em maio de 1948, José Alencar muda-se para Caratinga. Consegue seu segundo emprego na "Casa Bonfim" e, em pouco tempo, é considerado o melhor vendedor da loja, título que já havia recebido em sua primeira experiência em Caratinga.
Quando completou 18 anos, seu irmão mais velho, Geraldo Gomes da Silva, lhe emprestou 15 mil cruzeiros para que ele pudesse abrir seu próprio negócio. Foi então que em 31 de março de 1950, José Alencar abriu sua primeira empresa, "A Queimadeira", situada na Avenida Olegário Maciel, 520, no Barro Branco, em Caratinga.
Morar na própria loja, "atrás da prateleira", e comer marmita fazia parte do esforço para baixar os custos e tornar competitiva a lojinha que vendia quase tudo: tecidos, calçados, chapéus, guarda-chuvas, e sombrinhas. Sempre contando com o apoio dos irmãos, José Alencar manteve sua loja até 1953, quando decidiu vendê-la e mudar de ramo.
José Alencar inicia seu segundo negócio na área de cereais por atacado, ainda em Caratinga. Logo em seguida participou - em sociedade com José Carlos de Oliveira, Wantuil Teixeira de Paula e seu irmão Antônio Gomes da Silva Filho - de uma fábrica de macarrão. Era a Fábrica de Macarrão Santa Cruz.
Ao fim de 1959, morre Geraldo, seu irmão. José Alencar assume, então, os negócios deixados por Geraldo na empresa União dos Cometas. Em homenagem ao irmão, a razão social foi alterada para Geraldo Gomes da Silva, Tecidos S.A.
Em 1963, José Alencar construiu a Cia. Industrial de Roupas União dos Cometas, que mais tarde passaria a se chamar, Wembley Roupas S.A.
Em 1967, em parceria com o empresário e Deputado Luiz de Paula Ferreira, Alencar fundou, em Montes Claros, a Companhia de Tecidos Norte de Minas, Coteminas. Em 1975, José Alencar inaugurava a mais moderna fábrica de fiação e tecidos que o país já conheceu.
A Coteminas cresceu e hoje são 11 unidades que fabricam e distribuem os produtos. São fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto, roupões e lençóis para o mercado interno, para os Estados Unidos, Europa e Mercosul.
Na vida política, José Alencar foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, presidente da FIEMG (SESI, SENAI, IEL, CASFAM) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Candidatou-se às eleições para o Governo de Minas em 1994 e, em 1998, disputou uma vaga no Senado Federal, elegendo-se senador por Minas Gerais com quase três milhões de votos.
No Senado, foi presidente da Comissão Permanente de Serviço de Infra-Estrutura - CI, membro da Comissão Permanente de Assuntos Econômicos e membro da Comissão Permanente de Assuntos Sociais.”
Os paralelismos entre esta biografia e a de Lula, demonstram o quão acertada foi a escolha deste mineiro de origem humilde, quase nordestina, para a vice-presidência. Tanto da primeira quanto desta vez.
Num momento em que o empresariado brasileiro, em sua grande maioria, fugia da candidatura socialista de Lula, Alencar se aproximou a ponto de querer se filiar ao PT, fato esse inibido pelo próprio Lula, que buscava com Alencar, aumentar a participação no horário político.
Hoje, quatro anos após, temos em Alencar um dos mais fiéis companheiros, bem mais digno da participação do poder ao lado de Lula do que “companheiros” antigos que se retiraram do barco, acreditando que a canoa estava furada.
A dignidade de José Alencar, homem para quem a política não muda em nada nem seu patrimônio nem sua imagem de homem vitorioso, é uma coisa que merece registro.
Além do mais, a presença de um mineiro no poder é de vital importância para o equilíbrio político do país, fato já detectado por outros mineiros ilustres, como Itamar e Aécio Neves.
A garantia de um governo com maior participação dos empresários que geram empregos, assim como Alencar, é uma garantia a mais não somente da governabilidade, mas também do desenvolvimento e do crescimento do país, tanto economicamente como socialmente, se nos atentarmos para o fato de que temos, tanto o presidente quanto o vice, de origem proletária.
Aliás, para quem conhece Muriaé e suas oligarquias, sabe o que significa para o povo dessa região, o orgulho de ter um vice-presidente da república, distante das oligarquias dos Canedo, Varela, entre outras...
Resta ao povo muriaense, homenagear seu mais ilustre conterrâneo com uma votação expressiva nessa eleição que se avizinha.
Meus parabéns José, mais um José brasileiro, cuja biografia enche de orgulho a todos os que lutam e batalham por um Brasil melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário