terça-feira, 20 de junho de 2006

De graça, até caipirinha do Carlos Alberto.

Espera Feliz tem uma das mais animadas feiras agropecuárias da região.

Todos os anos, grande parte da população da cidade e dos municípios vizinho se reúnem para assistir a shows musicais; as crianças se animam para irem ao Parque de Diversões. Há corridas de motocross, etc.

Como o frio impera no julho caparonense, com os termômetros tendendo a zero grau de temperatura, há a venda de bebidas para aquecer esta friagem.

Carlos Alberto, sabendo disso, resolveu ganhar uns trocados com a venda de sua caipirinha, famosa entre os amigos.

Fez quase um galão da bebida e foi vender na festa.

Sem perceber, colocou sua barraca próximo a um camarada que vendia pinga com mel. Este era um antigo barraqueiro que todos os anos ia até a pequena cidade para “fazer a festa”.

Com o começo da festa, nosso amigo Carlos Alberto iniciou a venda de sua caipirinha.

“Caipirinha a um real, somente um real...”.

Ao que o vendedor de pinga com mel reagiu: “Pinga com mel a setenta e cinco centavos”.

Logo depois, a reação de Beto foi cruel: “Caipirinha a cinqüenta centavos...”.

O frio aumentando, Beto vendendo uma bebendo outra, esquentando o frio e ficando tonto. Cada vez mais quente e mais tonto.

Nessas alturas do campeonato, percebendo que não poderia concorrer com Beto, o barraqueiro já estava se retirando.

Quando, Beto percebeu isso, foi inexorável:

“Caipirinha de graça, só pra terminar o estoque, vamos nessa...!”

Obviamente, acabou tudo em pouco tempo. Beto, mais bêbado que tudo, foi para o meio da festa e ficou até de madrugada.

Dia seguinte, plantão no Hospital, Beto meio de ressaca, chegou para trabalhar.

De repente, começaram a aparecer vários pacientes com uma queixa comum: diarréia e vômitos.

Havia algo de podre no reino da Dinamarca. Nessas alturas, Beto se escondeu na Sala de Raios-X, sob o pretexto de que estava cansado...

Sebastião, outro funcionário, deu a resposta para o mistério.

“Beto, sua caipirinha estava até gostosa, mas não entendi aquele cheiro estranho e também não estou entendendo essa dor de barriga que está dando em todo mundo, inclusive em mim.”

Beto, na maior cara de pau esclareceu com um sorriso meio maroto:

“O problema não foi da caipirinha não, o que aconteceu foi que, depois de ter feito a mistura toda, é que eu reparei que tinha feito numa lata de querosene, dessas de cinco litros, que estava no quintal lá de casa”.

O primeiro a dar uns tapas no pé da orelha de Beto foi Sebastião.

Ainda bem que a maior parte dos que tiveram a diarréia não se lembraram da caipirinha dada por “cortesia” pelo nosso amigo...

Foi a estréia e despedida de Carlos Alberto na promissora vida de barraqueiro; para agradecimento de todos, inclusive o meu. Plantão como aquele eu não esperava ter tão cedo.

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