sexta-feira, 23 de junho de 2006

Suco de Jabuticaba...

Em Espera Feliz, tenho um grande amigo, um dos melhores fisioterapeutas que conheci, sujeito íntegro, honesto, de uma serenidade invejável.
Já quase cinquetão, toda semana faz uma via crucis, de Espera Feliz até o interior do Estado do Rio, onde moram sua filha e sua esposa.
A opção sacrificante pela melhor qualidade de estudo e de base financeira para a filha, segue-se há mais de dez anos; mas o meu querido amigo não reclama, fazendo semanalmente o percurso sem nem ao menos demonstrar cansaço.
Pertencente a uma Igreja evangélica extremamente rigorosa com relação a hábitos como o de beber, de fumar ou de comer carne de porco, nosso amigo é um dos missionários mais assíduos e respeitados dessa Igreja.
Pois bem, um belo dia, ainda no período em que sua esposa morava em Espera Feliz, me recordo de um convite que eles me fizeram para visitar a casa nova que haviam alugado.
Convite regado a um delicioso churrasco e a refrigerantes, aos quais, como abstêmio, não fiz nenhum reparo.
Mas, lá pelas tantas, animado com uma receita de “suco” de jabuticaba que obtivera de um conhecido cafeicultor da região, fui convidado a tomar um copo de tal maravilha.
Realmente estava muito gostoso, supimpa mesmo.
Conversa vai, conversa vem, suco pra cá, suco pra lá, a cabeça começando a girar, a música ficando mais alta, a animação também, resolvi perguntar ao meu amigo como se fazia tal delícia.
A resposta veio rápida e elucidativa:
“Marcos, pegue dez litros de jabuticaba, coloque dez quilos de açúcar, deixe em uma vasilha grande por vinte dias, depois é só coar, deixar na geladeira e beber”.
Realmente, tinha descoberto uma receita maravilhosa para se fazer um licor de jabuticaba.
Não devia, nem podia, mas esclareci ao meu amigo dos poderes maravilhosos da alcoólica bebida.
Espantado, a partir daquele dia, o suco de jabuticaba continuou freqüentando sua geladeira, mas sem os fundamentais vinte dias de fermentação...

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