terça-feira, 13 de junho de 2006

As aventuras de Betinho na cidade grande 02

Nos primeiros dias de Rio, Betinho até que não aprontou muito não.
Depois do vexame em Copacabana, resolveu, mineiramente, ficar na dele.
Por mais que a gente esperasse que Beto cometesse alguma gafe, nada ocorria. Espertamente, ele passou a repetir tudo o que fazíamos, se portando muito bem.
Mas, um dia, naquele calor e areias escaldantes do Rio de Janeiro em pleno verão, resolvemos tomar um chope num barzinho da orla.
Delicioso chope, com aquele refrescar que dá água na boca só de se lembrar.
E desce um, e desce dois, e desce mais, o calor, o chope, o chope, o calor e depois de uns quinze chopes a cabeça rodando, Beto foi se soltando.
Mentiroso de fama ímpar na região do Caparaó, foi desfiando seu rosário de “causos”, vindo a relembrar dos tempos de infância e de adolescência.
Recordou, sem brigar, a história dos bombons e de Pedro Gambá, lamentando o gênio exageradamente irascível, que abortou sua promissora carreira de ponta esquerda.
Lembrava de suas pescarias onde conseguira uma fórmula mágica de pescar cascudos com anzol, além de ter pegado vários e vários bagres e, incríveis lambaris diurnos, nas suas pescarias noturnas.
Mas isso é outra história e dela iremos nos ocupar depois.
Estávamos nos divertindo com as mentiras do nosso querido amigo. Nesse meio tempo, encontramos com um amigo nosso a quem não víamos há bastante tempo e nos distraímos com relação a Beto.
Esse não se fez de rogado e continuou a beber.
Lá pelas tantas, nosso convidado, querendo atrair Beto para a conversa, resolveu perguntar a esse se estava gostando.
A resposta veio rápida : “O chope tá uma delícia, mas mais gostosos são esses biscoitinhos”.
Biscoitinhos? Que biscoitinhos eram esses se não tínhamos pedido tira gostos?
Para nossa surpresa, Beto degustava com prazer inaudito, os marcadores de chope, colocando generosas pitadas de sal...
ERAM OS FAMOSOS “BISCOITINHOS”...

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