domingo, 18 de junho de 2006

Sugestão sobre a campanha de Alckmin

Alckmin é vaiado em festa e questiona caráter do presidente da Agência Folha, em AmericanaO candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, foi vaiado na noite de sexta-feira durante discurso na 20ª Festa do Peão de Americana (128 km à noroeste da capital). Depois, em entrevista, questionou o caráter do presidente Lula e insinuou que ele seria o "chefe de uma quadrilha de 40 ladrões". "Sobre caráter, eu acho difícil que o presidente Lula possa discorrer sobre esse tema. Porque o procurador da República disse que, entre ministros, assessores diretos e nos altos escalões, havia uma quadrilha de 40 ladrões, e a população pergunta quem é o chefe dessa quadrilha. É isso que ele precisa responder", disse. Alckmin chegou à festa do peão, em Americana, por volta das 21h. Conversou com os organizadores e, por eles, foi levado à arena (que comporta cerca de 5.000 pessoas), acompanhado de políticos locais. Após as lideranças locais discursarem, foi a vez do candidato tucano falar. Nesse momento, começaram as vaias generalizadas. Alckmin discursou por cerca de um minuto, falando sobre a importância do evento, que, segundo a organização, reuniu cerca de 30 mil pessoas. Depois, passeou pela festa, cumprimentou pessoas e tirou dezenas de fotos.


Não consigo entender até que ponto a equipe responsável pela campanha de Alckmin ainda não entendeu o recado dado pela população.
Essa história de agressão verbal não cola e, pior, demonstra o desespero de quem não conseguiu decolar a candidatura.
Se durante mais de um ano não se lia ou ouvia outra coisa que não fosse o ataque pessoal ao Presidente da República, indo até a tentativa de impedimento do mesmo e isso não surtiu efeito, agora então...
Persistir nesse tema é, além de estrategicamente errado, pode dar a dimensão catastrófica do desespero.
Em linguagem futebolística, quando o time está irremediavelmente derrotado, começa a dar pontapés a torto e a direito. Essa imagem me vem a cada ataque, os mesmos ataques, sob os mesmos argumentos.
A tática de campanha se for nesse tom, vai se tornar além de chata, extremamente inócua, podendo agir com um efeito bumerangue devastador.
Se os candidatos a Governador embarcarem nessa, e duvido que façam, podem receber estilhaços desta lambança toda.
Lula conseguiu escapar ileso de toda esta crise, isso é ponto passivo. O fato dos números de aprovação de seu governo retornarem aos tempos pré-mensalão dão a exata dimensão disto.
Nas campanhas anteriores, houve aspectos inerentes a cada uma delas.
Contra Collor, a armação criminosa envolvendo Mirian Cordeiro, comprovadamente paga para mentir e criar uma imagem falsa sobre Lula, decidiu a eleição.
Na segunda campanha, contra FHC, o Plano Real modificou tudo.
Agora, com o poder na mão, muito dificilmente Lula deixará de se reeleger.
Mas, há uma chance para a oposição.
Sugiro que os articuladores da campanha de Alckmin convençam FHC de apoiar Lula. Isso poderá ter um efeito tsunami na candidatura do Presidente.
Esse apoio nefasto retiraria de Lula pelo menos vinte por cento dos votos.
Se vier acompanhado do apoio de alguns menos votados, quem sabe do próprio Alckmin, não sobrará pedra sobre pedra.

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