quinta-feira, 25 de maio de 2006

CRÔNICAS - MANCEBÔ

Falando no Padre Nonato, me recordo de outro fato ligado, no mínimo inaudito.

Contou-nos o bom clérigo que, um dos principais auxiliares de sua Igreja, lá em Visconde do Rio Branco, havia, para escândalo da conservadora sociedade da época, arranjado uma amante.

Tal fato se espalhara na pequena cidade como se fosse uma bomba de efeitos avassaladores.

Todas as beatas comentam, na surdina, tal fato, o que deixava Dona Dinha, esposa do nosso personagem, em palpos de aranha.

Muitas vezes, quando ela chegava, as rodas de conversa se esvaziavam o que a deixava sem graça.

Várias vezes, essa senhora já tinha ido ao confessionário e, em prantos, solicitava ajuda ao amigo Padre Nonato.

Esse, sem querer criar muito atrito, já que a situação era deveras delicada, resolveu, num dos seus sermões e sendo extremamente cuidadoso, conversar de uma forma mais sutil com seus fiéis.

Ao começar sua homilia, o querido sacerdote saiu-se com essa:

“Queridos fiéis, por um desses acasos, fiquei sabendo que, aqui entre nós, um dos mais caros e importantes fiéis, cometeu um pecado terrível: amancebou-se! E, continuando a falar, disse da gravidade do fato etc e tal.”

Pois bem, ao final da missa, eis que o Don Juan aproxima-se do altar e, elogiando o sermão agradece ao padre.

Esse, sensibilizado pelo efeito causado ao fiel, pergunta-lhe qual a providência que o mesmo iria tomar, após tal fato.

No que, surpreendentemente, o mesmo responde:

-Uai seu Padre, deixa o menino nascer primeiro que eu vou batizar ele com o senhor, e vou colocar aquele nome bonito que o senhor disse.

Surpreso, Padre Nonato, vendo que o fazendeiro não entendera nada perguntou-o então que nome era esse.

A resposta pronta – Uai, sô esse tar de Mancebô!

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