quarta-feira, 24 de maio de 2006

DA GOVERNABILIDADE

Uma coisa muito importante que não podemos esquecer nesse momento em que a reeleição de Lula se aproxima, cada vez mais de se consolidar já no primeiro turno, através de sinais claros vindos das próprias hostes oposicionistas: a GOVERNABILIDADE.

O maior problema enfrentado nesse primeiro quadriênio de Lula foi, realmente, esse.

Numa análise perfeita feita por José Dirceu e que concordo plenamente, o grande erro foi não ter feito um acordo mais profundo de compromissos com o PMDB.

O PMDB é, sem sombra de dúvidas, o maior partido do país e tende, nas próximas eleições, não só manter esse posto, com ampliar seu poderio.

As várias facetas do PMDB podem parecer incongruentes, mas ninguém pode negar sua força e importância tanto hoje como sempre.

É o maior partido das pequenas e médias cidades, onde o PT não consegue crescer, mercê de suas origens ligadas ao sindicalismo, às universidades e aos movimentos de base, primordialmente de origem nas maiores cidades.

O PMDB tem um grande número de vereadores e prefeitos além de, provavelmente, surgir nessas eleições como o grande vencedor nas eleições para o Legislativo, portanto deve ser tratado como um legítimo representante da sociedade, tanto quanto o PT; sendo que, se um reflete os grandes núcleos urbanos, o outro é o mais fiel retrato das pequenas e médias cidades.

Nesses quatro anos, aprendemos várias lições, desde a primordial de que uma andorinha não faz verão até a de que, precisamos ter um projeto único, de interesse da população para a melhoria de vida dos mais humildes, ideal comum entre ambos os partidos.

Claro que temos os nossos aliados consangüíneos; PSB e PCdoB, irmanados desde sempre com nossa luta; porém não custa lembrarmos que o próprio PCdoB, num ato mais coerente se coligou com o PMDB nas eleições para os Governos Estaduais, tanto em 1982 quanto em 1986, sendo um fator preponderante para a eleição de vários comunistas que nos ajudaram a construir esse nosso projeto de SOCIALISMO.

As associações com outros partidos devem ser estimuladas, mas não tanto a nível PROGRAMÁTICO COMO com os partidos supracitados; não podemos abrir mão disso, sob pena de termos que ceder para outras vertentes nem tanto afinadas conosco.

O ceder para o meio termo mais lúcido e coerente, na maioria das vezes, é de primordial importância para que possamos concluir vários dos programas iniciados nesse primeiro mandato de Lula; além disso, não podemos nos esquecer o quanto foi doloroso termos que ver um presidente “aliado” tentando, de todas as formas e por motivos altamente escusos, tentar nos destruir a qualquer preço.

Quanto à Vice-Presidência, creio ser José Alencar o nome mais coerente; não somente pelo fato de ser meu conterrâneo de Muriaé-MG, mas também por ser o ponto de equilíbrio entre o Governo e o Empresariado, além de poder dar maior liberdade de ação a Ciro Gomes, que creio ser um excelente nome, associando-se a alguém do PT, ou do próprio PMDB, com Ciro no PT ou no próprio PMDB, para a sucessão de Lula, já que a briga aí vai ser mais ferrenha, não tenham dúvidas.

A hora é de somarmos com o que pode nos ajudar a crescer e não repetirmos os erros cometidos quando da opção por não dar ao PMDB o seu verdadeiro valor, como maior partido do país que é, e que não podemos esquecer.

A possibilidade de termos uma oposição mais aguerrida é real, já que, se o nosso modelo SOCIALISTA continuar na vertente que se mostra a que se melhor para a diminuição das desigualdades sociais, deveremos ter “chumbo grosso”.

É Lula agora e o SOCIALISMO SEMPRE, E PARA ISSO PRECISAMOS DE UMA AGENDA COMUM COM O PMDB, POIS, SE ESSE É O MAIOR PARTIDO DO PAÍS É TAMBÉM E COM JUSTIÇA, UM FIEL E IMPORTANTÍSSIMO REPRESENTANTE DESSE, TANTO QUANTO O PT.

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