segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Trazendo a mão cansada do plantio

Trazendo a mão cansada do plantio,
Buscando na cachaça, seu consolo,
Muitas vezes achando que foi tolo,
Como é difícil; terra tem seu cio...

O chão pesado, pernas no vazio,
Compressora essa vida, traz seu rolo,
No final sobrará, velório e bolo.
De tudo que restou, nem mais um pio...

Lavrando a terra, chuvas trazem festa;
Semente brota, cobrem toda fresta
Do solo mais gentil, por vezes, fera...

Nas mãos cansadas, tanta vida gera,
Dos seus olhos distantes, a cratera
Dessa desesperança é o que, enfim, resta...

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