sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

SONETOS 005

Quando o rei sol a mando do seu brilho
Buscava pelo espaço, companheira,
Ao ver um simples astro no seu trilho.
Inerte, semi morta, numa beira.

Pensou como podia transformar
De tão simples beleza em algo mais,
Nos seus braços, deitou e fez luar,
De tal amor repleto em mansa paz...

A lua com seus raios que refletem
Os raios que lhe manda esse rei sol,
Amores sem igual que se repetem
Iluminando todo esse arrebol...

Amores como o nosso, neste astral,
Por vezes num eclipse assim total!

À Procura de um Amor

Procuro nosso amor pelo infinito
Buscando nas estrelas ,nossa cama...
Amor que te prometo, mais bonito,
Acende sem ter pressa, brasa e chama....

Amor que não permite mais meus erros,
Pois sabe que de amar errei demais.
Nos olhos tão distantes meus desterros
Caminhos que procuro e sei jamais...

Procuro pelos cantos dessa casa
No quarto, nessa sala de jantar,
O tempo sem amor já tanto arrasa...
Espero pela noite e quero amar...

Onde estás meu amor ,que não te vejo.
Deitado em minha cama, eu te desejo...

Eu amo meu amor tão simplesmente
Que nada mais importa nem por que.
Sabendo que viver sem ter amor
Não cabe e nem pergunto mais cadê

Amor não se conjuga, se completa,
Se faz e se desfaz e nem se importa.
Falar de tanto amor se for poeta
Ao mesmo tempo fecha e abre a porta.

Amor é fonte amada em si se esgota
Se cabem mil mistérios, um milhão...
Amor p’ra ser amor não sabe cota
Invade cada canto, mar, grotão...

Amor é quase morte, no prazer.
No entanto quase mata e faz viver...

Falava desse amor á minha amada
Que nem sabia o quanto que eu amava
Sentado no beiral duma calçada
A lua testemunha nos calçava.

Temia pois tremia por inteiro.
Das pernas que tremulam, qual bandeira,
Meu Amor me mostrava, companheiro,
Quanto amar faz mudar a vida inteira.

Depois de tanto tempo sem dizer,
Que o medo nos tortura e enfraquece,
A mão de quem declara é só tremer,
Parece que se perde numa prece...

Aos poucos como quem pede perdão,
Amor, de tanto amor, declaro em vão...



Quem dera se deixasse que eu viesse
Da noite em tal ternura que te amanse,
As mãos que te carinham, numa prece,
O passo sorrateiro que te alcance.

Quem dera se trouxesse meu carinho
E desse tantos beijos nesta nuca.
Depois ir te despindo com jeitinho,
Amor que não maltrata e nem machuca...

Apenas no gemido desta noite,
As pernas se entrelaçam num balé,
Me apego na ternura em manso açoite
Amor que me transmite rogo e fé.

Não quero nem ao menos transformar
Apenas o que quero, enfim, te amar!

Procuro tua imagem sacrossanta
Em todos os momentos desairosos
Qual força mais sublime se levanta
E trama nossos olhos desejosos?

Transmites nos carinhos mil faíscas
Que sempre numa ardência me dominam,
As bocas se procuram, são ariscas,
Ao fim em nossa cama determinam...

Magia desse toque que se embosca
No canto que não posso mais fingir.
A perna que na perna já se enrosca,
Desejos e torturas repartir...

Em meu peito, total revolução
Causada pelos ventos da paixão...

Eu sempre irei amar-te, não duvide,
Não desse amor tão frágil pois finito.
Amor que nasce amor de amor incide
E forja um novo amor bem mais bonito.

Que não cobrando nada, tudo faz,
Que não pedindo culpa, se permite.
Amor que não termina sem ter paz
E sabe que na vida não se omite.

Amor tão corriqueiro, pois sereno,
Recebe uma outra vida sem ser dono.
Vivendo deste amor, cadê veneno?
Pior que desamor num abandono...

Te quero minha amiga, não desisto,
Amor que sangra amor, tanto eu insisto...

Quando estou tão sozinho te procuro
Em todos os meus versos, mas cadê?
A lua que te trouxe sobre um muro
Se esconde sem sequer ter um por que...

Não deixe que se amaine um sentimento
Voraz e sedutor que já se assoma.
Que o tempo não se torne num tormento
E tudo em nossa vida seja soma...

Agora se vier a solidão
Ao lado de quem pede tanto amor.
Amada, por favor me diga o não.
Prefiro que viver sem ter ardor.

Que a chama quando apaga, nesse caso,
Transporta tanta dor ao nosso ocaso...

Por onde você anda?

Por ande tu andaste na cidade
Que em versos te mandei um telegrama
Voando nessas asas da saudade
Ardendo sem temer sequer a chama.

Andaste por acaso tão distante
Que nada me importava nem o mundo...
Em busca do carinho, minha amante,
Meu todo se desaba num segundo...

Vieste por acaso, disso eu sei.
Não posso permitir que não mais voltes,
De todos os caminhos que passei,
As ondas desses mares, não revoltes...

Agora que encontro tão sozinho,
Por onde é que tu andas, qual caminho?

Uma História de Amor


A rosa sedutora bem sabia
Que tinha mil perfumes delicados,
Amores que em amor se delicia
Das rosas iluminam belos fados...

Um louco colibri ao ver a rosa,
Em versos dedicou o seu desejo
A rosa por sinal tão vaidosa
Ao pobre colibri negou um beijo...

De tanto que sofreu o pobre ser,
Que enlouquecido vive sem ter rumo.
Agora a sua sina é só viver
Em busca dum amor que lhe dê prumo...

Procura inutilmente por amor,
E beija, sem parar, basta ser flor!

No meu jardim doente, poucas rosas
Abertas no meu peito sem amor...
Vencido pelas luas orgulhosas
Esqueço que plantei semente e flor...

Jasmins com inefáveis tons de alvura
E lírios esquecidos no jardim...
O canto deste amor, viva ternura,
Ressoa calmamente dentro em mim...

Que faço se não tenho mais as flores
Que tanto procurei, felicidade...
Assim também se foram meus amores,
Restando disso tudo, uma saudade...

Saudade do jardim que não mais tenho,
Em busca dos amores, sempre venho...

Distante desse amor que mora longe
Tão longe que não posso mais pensar
Amor que tão distante vou por onde
Buscando nessas ondas desse mar.

Distâncias são detalhes tão pequenos
Que nada impedirá nossos anseios,
De noite nos teus braços mais morenos
Roçando minha boca nos teus seios...

Saudade de viver sem mais temer
Vivendo sem distâncias nosso amor.
Nas saias que pretendo me esconder
Procuro teus desejos, meu ardor...

Amada estás mais perto a cada dia,
As asas meu amor, por certo, cria...

Eu quero que tu venhas no luar
Que mais que tudo em mim clareie vida
Aos olhos desta lua, faço par
Com olhos que conquistam, sem partida...

Eu quero que te traga a mansa noite
Nas tramas que pretendo nossas teias...
A boca tão sutil serve de açoite
No canto deste mar tantas sereias...

Eu quero que tu saibas que não vivo
Sem ter o mar amor sem ser presente.
De tanto que te amei, sou teu cativo.
Futuro que desejo se pressente...

A noite simplesmente já se vem,
Trazendo, enfim, a lua de meu bem...

Perdido, sem carinho, um coração
Que busca noutros tantos sua paz.
Vivendo precisando do perdão
Que quem amou pensava ser capaz.

Amor que não perdoa, nunca soma.
Apenas se distrai e não ressurge
De tudo neste amor, pedindo estoma,
Tempo de ser feliz, sem dores, urge.

Palavras que disseste, num adeus,
Destroçam coração que sofre tanto...
Os olhos que disseste serem meus,
Perderam tanto brilho e doce encanto...

As horas se passando, sem carinho,
Matando um coração, triste, sozinho...

Namorada que espero e nunca veio,
Apenas ameaça mas não chega
Amor quando em amor vira receio,
A carga em desamor logo renega.

Vivendo na esperança mais sincera
De ter o teu amor amada minha
Nascendo no fulgor da primavera
Na flor que imaginava e nunca tinha...

Colhendo tantas vezes seus espinhos,
Me perco e nada encontro, nem a mim...
Amares poderiam ser meus ninhos,
A vida não seria triste assim...

Agora que te espero, namorada,
Ao fim dessa jornada, nada, nada...

Os olhos que sorriem quando vejo
Sorrisos que me olhando maravilham.
Nos olhos que pretendo, um manso beijo,
Sorrisos que deliro quando brilham...

De flores tantas cores, luas, sonhos,
Amando sem querer, desejo a musa.
Caminhos e promessas mais risonhos,
Perdoe se meu verso já se abusa...

Não sabes deste encanto que produzes,
Versejo cada vez mais delicado
Ao ver destes olhos tantas luzes,
Nos lábios tanto brilho extasiado...

Ó rosa dos meus sonhos, vaidosa...
Na boca e nos teus olhos, maviosa...

Não quero sentir medo nem saudade
Apenas esse vento me acarinha
Trazendo, esse poder: felicidade.
A noite sem talvez já se avizinha...

Promessa que me traga novo amor
No brilho desta estrela que morreu.
O vento que soprando traz sabor
De tudo que minha alma se esqueceu.

Andava te buscando, minha rosa,
Jardins que percorrera, tão vazios...
Por mais que consideres vaidosa,
Revive nos meus sonhos, velhos trilhos...

Amor que calmamente, tudo invade,
Ao mesmo tempo sangra e não mais arde...

Marcado pelo canto sem promessa
Que tanto me fez bem e me fez mal,
A vida me exigindo, e tenho pressa,
De tudo que mais quis, teu; afinal!

Se teimo em não seguir meu sentimento,
É culpa desse amor que foi demais.
Agora minha mente solta ao vento,
Precisa desse amor, em plena paz...

Não vejo um só momento que não sonhe
Buscando por palavras mais gentis.
Amor que se permite que se enfronhe
Desbrava novos sonhos mais sutis...

Amor que me marcando, me salvou,
Da dor que dentro em mim, já se aninhou...

Na vida nunca quis um outro risco
Que não levasse aos braços de quem amo...
Vivendo tanto tempo sendo arisco,
Inundo em santo amor e não reclamo...

Vivendo sem querer prosperidade
Apenas prosperar no sentimento
Que nada mais me traz felicidade
Somente teu amor, queimando lento...

As notas que me emprestas, da canção,
Acordes dissonantes e cantatas.
Aguardo por teu mago coração
Em meio a madrugadas, serenatas...

E falo, sem temer qualquer rancor,
Sou nada nessa vida sem amor...

Viver sem ter carinho de quem gosto
Exposto a tempestades mais febris
O vento que batendo no teu rosto
Recorda desse tempo mais feliz...

Por onde caminhava minha amada,
Cansada de tentar felicidade
Depois de ser promessa e quase nada
Restou desse meu tempo uma saudade...

Mas quero que tu saibas que, sincero,
Te quero cada vez aqui por perto.
Amando tanto amor que sinto, espero,
Que voltes inundando meu deserto...

Amor que tanto quis e agora tenho,
Dos sonhos que vivemos, de onde venho...



Reflete sobre a rosa a bela lua,
Trazendo nos seus raios, tal encanto
Desfilando no céu, perfeita e nua.
Transfere todo brilho p’ro meu canto...

Ó lua mensageira de esperança
Meus versos te buscando, sem cansaço.
Nas pétalas da rosa, a lua dança,
Formando um belo quadro, traço a traço...

Invade, pois, minha alma, lua amada...
Traduz tanta beleza em seu fulgor
Espero por seus braços, madrugada,
Na lua vou banhando meu amor...

Minha alma na tua alma continua,
Por isso estou te amando, bela lua...

O Meu Grande Amor


Quem dera se pudesse ser teu homem
Aquele que esperavas mas não vinha.
As dores que te deram, logo somem,
Abraço que te toca e adivinha...

Quem dera se pudesse te trazer
O gosto que esqueceste dessa vida.
Matando uma vontade de morrer
Deitado em tua cama adormecida.

Quem dera se cantasse o mesmo canto
O coração que bate mas não sente.
Vivendo teu amor, vestindo o manto
Que trama no prazer, viver contente...

Assim eu poderia mais me expor
A todos os desígnios deste amor!



Espero cada canto num segundo,
Que invada meu sorriso como um todo
Amor que me penetra traz meu mundo
Quiçá possa salvar-me deste lodo

Que em vão meu coração se emaranhando
Arrasta meus sentidos rumo ao nada.
O tempo de viver já vai passando
Em busca do sorriso desta amada...

Meus versos não são mais ledo destino
São versos que te faço, sentimento...
Encanto do meu mundo de menino
Tecendo uma esperança em pleno vento...

E canto meu amor com tal certeza
Envolto neste encanto, da beleza...

Por Te Amar Assim

Por eu te amar assim sem ter medida,
Amor não me perdoa e me tortura,
Não quero mais saber se tem saída
Apenas vou viver santa loucura

Que, por te amar assim, ‘stá me salvando
Dos erros que cometo, sem sentir.
Nas vezes que declaro estar te amando,
Sem nada que consiga me impedir;

Eu sinto desta brisa o beijo calmo...
Meus versos em louvor ao que mais sinto,
Prometem cada dia um novo salmo,
Palavras me inebriam qual absinto.

És tudo que procuro e tenho enfim,
Sou feliz por te amar. Te amar assim...

Amigo É Para Essas Coisas...

Desde que ela se foi não tenho vida,
Escute, por favor, amigo meu.
Aquela que eu pensava tão querida
Aos poucos, no meu mundo, se perdeu...

Levada pelo vento da paixão,
Deixou aqui por dentro quase nada,
Não creio que eu encontre solução,
Minha alma aqui ficou, abandonada...

Não vejo mais prazer e nem vontade,
Nas coisas que fazia com prazer,
Amar como eu amei, tanta verdade;
Perdido nesta angústia vou morrer...

Desculpe se me mostro por inteiro,
Amigo é pr’essas coisas, companheiro...

Um Abraço Amigo

Abraço quando é dado com carinho
Transfere uma energia positiva,
Nos braços desse amigo já me aninho
À vida saudações, portanto viva!

Amigo nunca troca de camisa,
É sempre mais leal e companheiro
Mesmo que venta, trama calma brisa,
Fazendo da amizade seu celeiro...

Meu amigo guardado aqui no peito,
Bem sabe destas dores que sofri,
Nos laços que criamos; mais perfeito,
O belo desta vida, sempre aqui...

Natal que se aproxima, estou contigo,
Espero, com ternura, abraço amigo...

Jardins dos Amores

Andando pelos campos mais marcados
Por passos que me dão ansiedade,
Vivendo nossos sonhos malfadados,
Aguardo essas agruras da saudade...

O canto da quimera em meu receio,
Às vezes se mostrando bem mais belo.
Amor que esconde amores em seu seio
Os Amores que amor por ti, revelo.

Não sinto mais o medo nem a mágoa
Sabendo que te tenho mais por perto,
Os olhos não derramam pingo d’água
Parecem que se secam, num deserto...

Nos campos dos amores, velhas dores,
Morrendo nos jardins, em nossas flores...

Eu Te Adoro!

Adoro teus cabelos, és perfeita,
Na boca sensual tudo se sabe
Minha alma na tua alma se deleita,
Amor que tanto tenho não me cabe...

De tanto que te quero, tão profundo
Amor, neste teu céu eu vou sonhando
Com alguém que vivendo neste mundo,
Fazendo levitar, ando pensando.

Voando com as asas que me deste,
Flutuo com teus pés ó minha amada.
Recebo teu carinho como um teste
Depois de tanto sonho serei nada?

Só sei que por teus passos tanto imploro,
Amor que mais que tudo, eu sempre adoro!

Apaixonado por Ti


Machuca o coração a tua ausência...
Sabendo que te quero, minha amada
A vida não se faz coincidência,
Precisa ser, deveras, conquistada.

Em cada novo beijo, num novo abraço,
Se somam sentimentos mais perfeitos.
Amando quem se fez pleno cansaço,
Desejo reclamando seus direitos...

Repare como o céu tem claridade
Roubada de teus olhos, minha estrela.
Louvando tanto amor em liberdade
A
cada no sonho, revivê-la.

Machuca o coração ando curvado,
Coração tanto pesa, apaixonado!

Cadê o Meu Amor?

De tanto que essa sorte vai perdida
Em busca desta estrela do meu norte,
A vida se demonstra esvaecida
Persegue seu destino, triste e forte...

O tempo vai passando e ninguém vê
Meus passos que cansei de sempre ter
Chorando sem saber sequer por que,
Espero que consiga, enfim, me ver...

Ó lua que caminho, pois, trilhaste,
Se tudo o que me deste já passou.
Amor que desse amor tu não roubaste
Nunca em minha vida se encontrou...

Estrela! Não me canso de sonhar
Com raios que encontrei nesse luar!

Amor em Paz


Não
tenho mais receio do desdém
Que sempre se acompanha dessa dor.
Cansado de viver sem ter ninguém
Aguardo, minha amada, teu amor...

Não posso mais fingir que correm horas
Se tenho teu amor perto de mim...
Amada, não percebes que decoras
O mundo que te trouxe aqui, enfim?

Debruças, pelas noites, nas ameias
Rezando tua prece tão baixinho,
Não temas, por favor; porque anseias?
É teu, somente teu o nosso ninho!

Amor que tanto amor promete paz,
São sonhos e desejos mais reais!

Amor que Renasce


Amor que conheci noutras esferas
Voando por estradas doloridas,
Agora se renasce em primaveras
Trazendo
tantas flores mais queridas...

Olhando teu amor, penso num lago
De plácidas delícias refrescantes,
Procuro por teu corpo, num afago,
E sonho nossa noites deslumbrantes...

Na dureza e pureza de um marfim,
Amor vem se adentro na minha alma.
É tudo o que restou de bom em mim,
As lágrimas não choro, lua acalma...

Amor que recomeça neste clima,
Em tanta claridade já se estima...

Amor Que Me Vicia

Caminha a minha amada, tão esguia,
Passando pelas ruas simplesmente,
Faz planos, meu amor, em fantasia,
E tudo modifica, de repente...

Se quando vejo amor, assim, passar,
O mundo se converte em delírio,
O certo é que estarei a te encontrar
Nas sendas mais distantes, sem martírio...

Erguendo meus castelos nos teus passos,
Os paços que criei, tanta beleza,
Sabendo que me prendes em teus laços,
Sucumbo totalmente à realeza.

Amor tão delicado, delicia,
De tanto que te amei, amor vicia...

Amor, Enfim...

Amar a quem amei por ideal
Em todos os segundos, tantos dias,
Fazendo desse amor o bem e o mal,
Que trama sutilezas mais sombrias...

Amores que guardei no pensamento,
São flores que se murcham nos martírios,
Vivendo tanto amor esparso ao vento,
Jardins que se perderam tantos lírios...

Agora que não posso mais lutar,
A lua se demonstra mais gentil,
Mandando belo raio de luar
Tocando meu amor, mansa e sutil.

Amor que sussurrante me devora,
A lua nos meus braços se demora...

Eu te Amo!

Amor que com certeza nega idade
Transforma todo velho na criança
Que sempre a me trazer a claridade
Renova no meu peito uma esperança

De ser o que pretendo e nunca fui,
O manto que me cobre, mais florido,
Amor que mansamente sempre flui
Fazendo do meu riso, meu fluido...

Amor que te dedico em manso rio,
Revive, dentro em mim, o paraíso,
Percorro com meus dedos o vazio,
Encontro em teu amor, o meu sorriso...

Amor que na verdade não padece,
Amor que vindo a mim, rejuvenesce...

Solidão

Nos olhos destroçados pela dor
Adormecido sem saber se irei voltar,
Vivendo tanto tempo sem amor,
Recebo desta mão a dor do mar.

Esquecido pelos ventos da saudade
Deixado neste canto, sem remédio...
Morrendo sem sequer ter claridade,
A vida se escoando em pleno tédio....

As minhas ilusões já debruçadas
Nas águas tão profundas abissais.
Recebo das esfumas tais lufadas,
Impedem mesmo em sonho, um novo cais...

E morro, tão calado, sem ninguém,
Somente a tempestade desce e vem...

Tanta Saudade...

Sentindo, da saudade, seu bafejo,
Queimando minha face na tristeza;
Procuro teu amor em meu desejo,
E nada me restou, nem correnteza...

O rio que te leva não te traz,
Espero nas cascatas da saudade.
O mundo vai perdendo sua paz,
Agora o que farei, felicidade?

A noite sem teus braços, que tortura!
Se tanto quis amor, hoje não posso,
A pele se cortando, uma fissura
Que marca todo amor, também o nosso...

Não tenho mais meu sonho em claridade,
Apenas me tortura uma saudade!

Minha Tristeza...

Meu filho caminhando pela casa
Sorrisos de criança tão feliz...
O medo que em meu peito tanto abrasa,
Em cortes se negando a cicatriz...

Meu filho sem tristezas nem maldades,
Abraça o meu futuro sem saber.
As luas que roubaram claridades
Embalde sempre negam a nascer...

Que Deus não te permita o sofrimento
Nem trevas que comigo já carrego,
Prefiro mergulhar no meu tormento
Pois sei que tristes mares eu navego...

Agora só Te peço, meu bom Deus,
Afaste do meu filho os males meus..

Amor e Prazeres


Pretendo minha vida em tal deleite
Que nada possa mais que meu amor.
Na cama que por sorte amor se deite
Rolamos de prazeres sem rancor...

O vento transformado em mansa brisa
Desfaz um sofrimento sem perguntas,
Amor que me traduzes, poetisa,
Nas mãos que se procuram ,todas juntas...

Vencido pelo vento de esperança
Que nada mais me impeça, ser feliz...
Amando quem chegara sem tardança
Da dança que se dança peço bis...

Agora não pergunte mais à lua,
Amor que te procura, mansa e nua...

Amor Divino


A noite que te trouxe, tão divina
Miraculosamente guardada em mim,
De tanto que te quero, descortina
Amor que sempre trago sem ter fim...

Aos campos que passamos, nossos olhos,
As flores que cultivo, sem segredos...
Carrego nosso amor em tantos molhos
Que nada mais importa nem os medos...

Nasceste da ternura que me invade
E sabe que preciso estar em ti.
Amor que não se importa com saudade
De tanto que este amor sempre vivi...

És flor que já plantei num campo agreste,
A força que me trazes, me reveste...

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