sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

SONETOS 031

Nas margens dos meus sonhos mais tranqüilos
Espreito teus olhares mais ferinos
Amores se permitem mil estilos
Mas gosto dos teus beijos mais felinos...

Nas garras com que prendes tua presa
Sinto-me com certeza mais amado.
E deixo o sentimento em correnteza
Nas
presas com que cravas, o meu fado...

Vivendo na magia meu romance
Total satisfação em louco gozo.
Espero que a pantera não se canse
Deste amor que bem sei ser melindroso...

De todo amor maior que sei que havia
O nosso se transborda em fantasia...

X

Se crio com rudeza versos tristes
Ou falando de amores mais exóticos
Quem sabe deste canto tu desistes
Meus versos para ti serão protótipos

Dos versos que imaginas mais perfeitos
Pois sabes não me exprimo como queres
Não quero teus desejos contrafeitos
Te sirvo então a mesa e seus talheres.

Querida; se falei do nosso amor,
Me fio neste fio de esperança
E parto sem temer rimar com dor
Embora em teu ouvido, isso te cansa...

Se fímbrias, fibras, febres aliteram,
Meus versos bem mais simples já te esperam...

X

Tanto quero tua alma quanto dou
A minha se quiseres, cristalina...
Pensando neste tempo que passou
E estamos nesta cama tão divina...

Recebo teus afagos, fico louco,
E falo nestes versos do prazer;
Que invade e vai tomando pouco a pouco
Grafismos do teu corpo quero ler...

Decoro essa lição bem ensinada
Das várias geografias, do relevo.
Tanta dedicação é premiada
Com notas maviosas, tanto enlevo...

Não canso de querer ser aprendiz
Eu não conheço aluno mais feliz!!!

X

Cansado dessas noites bar em bar,
Minha alma espedaçada e sem paragem.
Vagando sem lugar, quero parar
Vivendo em sentimento, nova aragem..

Cansado deste sonho em dissabor
Na
busca amargurada por um colo.
Pressinto nesta vida tanto horror
A terra vai se abrindo e perco o solo...

Cansado de viver sem liberdade
Sem ter um só descanso.Espinho e cardo
Não deixam nem sequer tranqüilidade
Meu sonho: ser feliz, já sepultado...

Arranja um lugarzinho para mim,
Não deixe seu amor tão triste assim...

X

Amores tão silvestres quão vorazes
Vivazes me transformam totalmente
Se mente não remete ao que me trazes
Nas fases mais difíceis sem serpente...

Não quero pantomima quero mimo,
Não quero a solidão, sim solidez.
Desejo tanto amor que em ti estimo
E rimo meu amor por sua vez...

Nos astros constelares calafrios
Vadios os sentidos perdem ar
Amar demais desvia nossos rios
Que esquecem de correr para outro mar...

Não quero teus amores mais serenos,
Recheie nosso caso com venenos...

X

Nas douradas searas te percebo
E sinto teu perfume solto ao vento.
Te vendo tão feliz, logo concebo
Encanto que não sai do sentimento...

Vibrando o firmamento comemora
A vinda deste amor nestas searas
Pintando em claridade se demora
E mostra tais belezas, soltas, claras...

A luz de teu olhar que se transmuda
Na luminosidade que recebe
Em tal felicidade me saúda
Reflete tanto amor quanto recebe...

Na tarde que promete a bela lua,
Minha alma, transparente, em ti, flutua...

X

Nas beiradas das velhas moradias
Da cidade esquecida pelo mundo.
Reparando nas flores tão baldias
Numa centelha, prendo-me um segundo.

E vejo entre essas flores rosa rara
De perfume e beleza sem igual.
Do jeito e da maneira que sonhara
Com sensualidade natural...

Caminha sem sentir o seu encanto
Nem sabe que seduz um sonhador,
Meu peito em disparada neste espanto
Se encharca do perfume deste amor...

A rosa, delicada e distraída,
Invade, vem, decide a minha vida!

X

Por tantas vezes mudo meu caminho
Sem mesmo perceber onde vai dar.
Cansado de viver e ser sozinho
Enfrento um oceano e morro mar...

Nas ondas mais distantes desta areia
Que sei não será minha nem seria
Se singro as esperanças não sereia
Se rio se sou sério não se ria...

Soltando teus cabelos, milharal,
Sentindo o brilho flavo deste sol.
Num favo de teu mel, sinto meu mal
E morro sem saber sequer farol...

Mas quero lambuzar-me na delícia
Do doce da garapa e da malícia...

X

Mordeste minha boca meu amor
O dente sem carinho fez estrago
Agora como vou tomar um trago
Me diga, estou pedindo, por favor.

Bem sei que causa sempre tal pavor
O cheiro da bebida em meu afago
Ressaca de beber completo lago
E chuva que deságua no calor;

Agora minha amada me destrói
Dentada com certeza sempre dói
Podias ter um método suave

De me impedir que beba essa cachaça
Agora a minha boca uma desgraça
Até p’ra te beijar virou entrave...

X

Nas torres divinais mais altaneiras
Dos sonhos que carrego dentro da alma.
Desfraldo meu amor, minhas bandeiras
Na busca deste canto que me acalma.

Nas hostes que enfrentei dos desesperos,
Nas guerras duras, sanguinárias, frias.
Trazendo sentimentos com esmeros,
Voltando quase sempre, mãos vazias...

Eu sinto os estandartes calorosos
Levados pelos ventos do querer.
Os dias que pensara dolorosos
Contigo se transformam em prazer...

Amada, cuja mão tão soberana,
Carinhos que me levam ao Nirvana...

X

Teus cabelos, soltas crinas
Representam liberdade
Incrustados nas retinas
Revoam, velocidade...

E soltos sobre o corcel
Negra e bela montaria
Me elevando até o céu
Nesta mágica alegria...

Nas garras que me cravaste
Desejos e rebeldias
Aos delírios me levaste
Levantes e fantasias...

Teus cabelos, tuas presas,
Vencendo minhas defesas...

X

Como os anjos, furtivo, o teu olhar,
Buscando nesta alcova por carinhos.
Deixando de, quem sabe, me buscar.
Sabendo que viver empenha ninhos.

Eu te darei, morena que desejo,
Beijos tão frios quanto a lua.
Fazendo em cada sonho, meu ensejo,
De ver tua beleza quase nua,

Andando pela sala e pelo quarto.
Chegando essa manhã te encontrarei,
Depois de tanto amor, por certo farto,
Deitada em meu dossel, fazendo a lei

Que diz do amor eterno e desejado.
Dourando todo o sonho, extasiado...

X

Voando essas borboletas
Em busca de claro lume
Na multidão de cometas
Amando mais que o costume.

Desfraldo minha alegria
No sorriso mais intenso
Teu amor, em sintonia
Navegando
mar imenso.

Imerso em teu carinho
Meu ninho é teu pensamento
Já não sigo mais sozinho
Caço meu rumo no vento

Tanto amor na correnteza
Que me leva a ti, princesa...

X

Na lira do cantor, vibrante voz,
Que sempre declamando seu amor;
Vencendo a solidão demais atroz,
Recebe com tais ânsias mais fervor...

Ardentes emoções que me devoram
Paixão pecaminosa e sempre santa.
No vento desses beijos comemoram
Letreiro de néon do amor que encanta

E sinto que padeço da loucura
Santificadamente procurada.
Que aos poucos, me detém e me tortura
E faz a vida ser bem mais sagrada.

Te amo sem temer sequer a morte,
Querida nos teus braços, minha sorte!

X

Amor que se resplende e maravilha,
Flameja no horizonte um novo sol.
Seguindo nosso amor, encontro a trilha
De todas as belezas do arrebol...

Teu coração em pérolas tão ricas,
Deseja o meu desejo sem pensar.
Nas mãos tão delicadas, as pelicas
Pelúcias mais macias de tocar.

Eu sinto esta beleza que floreja
Da rosa que cultivo em meu jardim.
Sabendo meu amor que amor deseja
De tudo que se espera dentro em mim...

Sem ter temor mergulho nos teus braços.
E sinto em teu amor estreitos laços...

X

Não fique tão nervosa minha amiga,
Por certo teu futuro não é mau;
Se tanto tu temeres já periga
Naufrágio com certeza em tua nau.

Não deixe ansiedade dominar,
Sorria sem temer qualquer descaso.
O mundo vai rodando devagar,
Em todo nascedouro mora ocaso.

As dores são de fato, momentâneas
Assim como os prazeres são fugazes;
Não trague sofrimento em coletâneas
Procure
ser feliz, aceite as pazes...

Não guarde no teu peito esse rancor,
Ocupa todo espaço dum amor...

X

As estrelas por tiaras
Nos cabelos da morena
As noites todas, tão claras,
Felicidade me acena...

Pressinto todo prazer
Que virá, noite primeira,
Aos poucos te conhecer
E te conceber inteira.

Beleza, morena rara,
Raro amor que quero em ti
Na
vida que se prepara
Teu brilho tão belo vi.

Me enredar nos teus novelos,
Qual tiara nos cabelos...

X

Bem sei quanto é difícil suportar
A dor dum grande amor quando se acaba.
É como toda a vida desmanchar
Parece que o universo se desaba.

Mas veja, minha amiga e companheira,
Se pensas com tristeza, trazes treva,
Não deixe que essa dor, que é verdadeira
Embace esta visão, senão te leva...

E faz de todo o canto uma mortalha,
E corta fundo a carne e te destrói.
Na lâmina profunda da navalha
A vida, sem sentido, tanto dói.

Mas pense que amanhã o sol virá,
E toda a tua sorte mudará!

X

Na ronda que fizemos pela noite
Nos bares, nessas mesas, bocas, beijos...
Passando mil delícias no pernoite
Intrépidas loucuras dos desejos...

Amando sob a luz dessas estrelas,
Sem medo, sem pecado, em liberdade.
Pintado nosso céu de tantas velas
Refletem nossos corpos, claridade...

Prazeres incontáveis, nosso chão,
Desnudos de vergonha e de juízo.
Explode em desvario o coração,
A noite nos engole, sem aviso...

Ao longe um pirilampo desafia
Estrelas com seu brilho, em sintonia...

X


Caminhando por aí, pelas esquinas,
Teus passos flutuantes, vou seguindo...
Sem saber, nunca sai destas retinas;
Que tanto,um só carinho, vão pedindo...

Caminhando por aí, sequer percebes,
Meus versos se perdendo, sem sentido.
Transmites mansos ventos que recebes,
Enquanto eu...Nos teus passos, vou perdido...

Quem sabe encontrarei o meu caminho?
Quem sabe... Me perdoe mas eu te amo,
Não sei se nos teus braços eu me alinho,


Decerto sem saber que te reclamo
Desfilas pelas ruas, galerias...
Enquanto eu... Me sobraram poesias...

X

Alguma coisa a mais que uma esperança
Alguma coisa a mais que só carinho.
Alguma coisa a mais senão se cansa
E volto, novamente a ser sozinho...

Alguma coisa a mais que essa promessa
Alguma coisa a mais que meu soneto.
Alguma coisa a mais que essa conversa
Eu não te peço nada e nem prometo...

Alguma coisa a mais que poesia
Alguma coisa a mais que simples sexo
Alguma coisa a mais que fantasia.
Amar; tenha certeza, é bem complexo...

Se queres ser assim, ó doce amada
Com certeza serás m’a namorada!

X

Do mármore a dureza delicada.
Esculpis uma estátua majestosa.
Eriges com firmeza engalanada
De forma tão sutil, maravilhosa.

Estátua dedicada ao deus do amor
E feita com total dedicação.
Amada como é bom o teu pendor,
Em cada talhe mostras perfeição.

Assim como brindamos sem temores
Nas horas que restamos mais sozinhos.
Deixando que se morram os pudores,
Usamos um cinzel pleno em carinhos...

Louvamos deste jeito a divindade,
Vasta sofreguidão, lubricidade...

X



Princesa sertaneja, meu desejo,
Estar entre teus braços, sedutores.
À noite de trazer num manso beijo,
As luzes que iluminam meus amores!

A fonte do desejo, sem ter pejo;
Envolta nos carinhos destas flores,
Trazendo pr’este peito sertanejo
A certeza da beleza destas cores.

Altiva e tão serena, meu amor.
Os versos que te faço, num momento,
São formas inconstantes de penhor.
Rainha não permite sofrimento,

A vida nos teus braços se decide;
Eu quero o teu amor. Ah! Não duvide...

X

Aragens e frescor de primavera
Nas flores, nas abelhas, borboleta.
Libélulas voando. Quem me dera
Poder seguir seus passos, ser poeta...

Falar da imensidão do sentimento
Que sinto sem segredos por você,
Na doce poesia deste vento
Amor que tudo sabe e tudo vê.

Fluir tão mansamente como um rio
Que desce por cascatas, mais ligeiro.
Vivendo a fantasia que recrio
Do sonho deste amor mais verdadeiro.

Na música que canta um passarinho,
No colo da mulher fazer meu ninho...

X

Amor Divino em Cristo que encontrei
Não permitindo o mal que nos conturbe
Por certo tanto amor nos deu o Rei
Impede que a tristeza nos perturbe.

Vivendo em pleno amor sem ter pecados,
Ao homem dedicou a vida inteira.
Deixou a todos nós os Seus recados
Mostrando como a vida é verdadeira.

Na cruz com que sofreu o sacrifício
O símbolo do amor foi demonstrado.
Lutar pelo perdão, o Seu ofício,
A todos pleno amor, glorificado.

Perdoe pelos erros cometidos,
Meus rumos, nos Teus braços, decididos...

X

No sentimento agreste da paixão
Se cardos e recados nos confundem,
Aguardo pelo sim, pelo perdão,
Amores e rancores já se fundem.

Sabendo te querer com mais afinco
Querendo teu amor em profusão,
Castelos e barracos, ouro e zinco;
Amor não necessita explicação.

Aos saltos, os ressaltos se superam;
Me esmero cada vez que amor me cobra.
Nas quedas, nossos sonhos recuperam
Uma atenção maior já se redobra...

E cuido deste amor que tanto velo
Com toda uma alegria que revelo...

X

Tramando nesse amor já redivivo
Embora não sabia ser possível
Recebo teu carinho mais altivo
Refeito num efeito mais incrível...

Não vejo nesse amor mais o marasmo
Que havia destruído o nosso caso.
E vejo-te em brilhante entusiasmo
Como se renascesses dum ocaso...

Não sinto tais grilhões que te prendiam
Nem medos que mostravas sepulcral.
Meus carinhos também não te entediam,
Estás; como dizer? Mais sensual...

Ter falo, meu amor, rompeste o abismo.
Agora; em nossa cama, cataclismo!!!!

X

Tristes invernos, tantas ventanias
Batendo nos umbrais abandonados.
Lembrando deste amor nas cercanias
Dos sonhos que vivemos, já passados...

Não temo meu futuro; mas não deixo
De lembrar do que fomos noutra vida.
Por testemunhas temos rio e seixo
Rolando com as águas; sim, querida...

Recordo como fosse brincadeira,
Jogos maliciosos que inventamos.
Amor por uma eternidade inteira,
Desde o princípio, sempre nos amamos...

Iremos nos amar assim bem mais,
O tempo deste amor, nunca é demais!

X

Qual simples andorinha vou a esmo,
Em busca do descanso tão sonhado.
Desejo que bem sei, é sempre o mesmo,
Viver tão calmamente do teu lado.

Mas voas, borboleta, sem destino...
Revoas por caminhos tão distintos.
Te quero, meu amor, desde menino
Entranho sem pudor, os meus instintos...

E sinto as ilusões mais passageiras
Retratos do passado, primaveras...
Paixões que sempre foram verdadeiras
Dominam pensamentos, me temperas...

E corro te buscando pelo espaço,
Vagando, um novo rumo, louco, traço...

X

Tal beleza e frescor encontro em ti
A
pureza da flor da laranjeira.
De tantas fantasias que perdi,
Em teus braços encontro a companheira.

Depois de me ferir, espinhos, cactus,
Depois de perceber que nada vinha.
Sentidos maltratados inexatos,
Amada; percebi: tu eras minha...

De todo o meu canteiro foste a rosa,
Espinhos, sei que tens, mas os evito.
Paixão que me demonstras, vigorosa.
Amor demais passou a ser um rito.

De forma luminosa e delicada,
Tua beleza traz uma alvorada!

X

Todo culto ao oculto que escuto
Se foi culto desculpo nem cuspo;
Se te culpo me culpas ocupo
Se foi curto te encurto e te esculpo.

O que curto circuito inoculo
E te osculo sem culpa e sem curso
Meu discurso sem curva se cura
E não curvo se curvas escuras;

Mas não cubro descubro e sou cubo
Se me inculpo do cume que escuma
Na escuna que escuta e me culpo

Se cultuo cutuco discursos
Na cultura cumbaca curada
Curumim que cumpriu o cumprido..

X

Arenosos caminhos deste amor
Que se perdem desertos e desterros,
Vencendo duras urzes do rancor
Subindo por montanhas e por cerros.

As pedras da saudade nos maltratam
Espinhos-solidão nos ferem fundo.
As lágrimas nos mostram e retratam
O corte que percebo ser profundo...

Em meio a tantas vespas dos ciúmes
Nas pragas mais terríveis, tanta inveja,
Nos sobram poucas horas em perfumes
Mas
nada faz; enfim, que amor reveja.

Vencendo as desvalidas, más quimeras;
Podemos conhecer as primaveras..

X

Na noite deslumbrante em poesia
Rondando
meus sentidos, sentimentos.
A mão desta mulher, que é tão macia
Vasculha meus desejos e tormentos...

Num luxuoso sonho de esperança
Por montes e planícies sedução...
A noite extasiante já se avança
E explode em desvarios da razão...

Quem dera se jamais tivesse fim
Quem dera se pudesse ser eterno.
Visões de louco amor, todo pra mim,
Livrando o meu caminho deste inferno

Onde estive, em completa solidão,
Sentindo me elevar por sobre o chão...

X

Eu sinto que já vais; amor, partir.
Deixando na minha alma tal perfume
Que sempre desejei, a ti, pedir;
Embora me causasse mais ciúme.

Não deixe de lembrar dos nossos beijos
Roubados sem sequer pedir licença.
Sabendo dos meus loucos, vãos desejos,
Espero que me guarde a recompensa

Da boca mais sublime que beijei,
Dos seios mais formosos que já vi.
O tempo que quiser, esperarei,
Decerto, meu amor, estou aqui.

Anseio tua volta sem demora,
Te peço enfim querida, vem agora!

X

Sinceros os desejos que te faço
Nos elos que nos unem, solução
De todos os problemas que disfarço
E guardo procurando um diapasão...

Nos vales mais floridos, tanto riso,
Momentos tão serenos que tivemos...
Porém se necessário e for preciso
Juízo e paciência nós perdemos...

Amiga é tão difícil ser feliz...
Não quero contentar grego e troiano,
Não sou camaleão, um só matiz;
Nem mudo minha pele ano após ano...

Mas te desejo sempre, camarada,
Se perco t’a amizade, sobra nada...

X

Qual diamante fino; nosso amor,
Se perpetuará em cada canto;
No brilho e na pureza e no valor,
Que sempre se traduz em raro encanto.

Por mais que nossos medos prejudiquem,
Por mais que novos rumos ameacem;
Por mais que nossos sonhos se compliquem
As emoções ressurgem e renascem...

Trazemos em litígios e batalhas
As nossas diferenças explosivas;
Porém mesmo nos fios das navalhas,
As chamas deste amor vão sempre vivas..

Perpétua sensação de ser feliz,
Mesmo que vivamos por um triz...

X

Nesta fonte que me dás
De prazeres recheada
Tua cor, rosa, lilás
Em minha cama deitada.

Vencido pelo cansaço
De tanto nos galopar
Deitando-me no teu braço
Não quero nem descansar.

E renovo minha força
Bebendo deste teu lago,
Saltando na cama, a corça
Recebendo o teu afago.

Na fonte que mergulhei,
Tanto amor que eu encontrei...

X

Sentindo teu afago, teu carinho;
Bebendo cada trago deste amor.
Sabendo que me estrago se sozinho,
No sol que inda te trago, meu calor...

Amor que é como um mago e me domina
Mergulho neste lago em tempestade.
Forjando em cada bago nova sina
Deixando de ser vago, sou verdade...

Meu peito que eu alago em sentimento
Os
dias que eu alargo quando sonho,
Tristezas? Eu embargo o sofrimento,
Não sou nem mais amargo nem tristonho...

Amor me dê carinho, teu afago,
E todo esse desejo, amor, te trago...

X


Não sinto, minha amiga mais cansaços
De ver tantas falácias sem sentido.
Estendo, calmamente, os longos braços
Percebo que vivi bem distraído...

Amores se quadrúpedes vigoram
Se estúpidos verberam no non sense
No vácuo dum cérebro se estouram
E não há santo algum que o convence...

A vida necrofágica e sem prumo,
Em tal alegoria se desmonta.
Portanto viva tudo até que o sumo
Te deixe de prazer, tão louca e tonta...

Quem sabe assim termine o longo dia
E possa conhecer a poesia..

X

Erguendo o pensamento, cubro espaços
E vejo em antegozo minha sina.
Resplende simplesmente nos teus braços
Tal sorte, que já quero e determina.

Não deixo de falar, rimas patéticas
De tramas que julgara me deslumbram
Não sei se te farei loas caquéticas
Mas sonhos que quisera se vislumbram.

Não peço meu amor que traga idéias
De como poderemos ser felizes,
Não sinto necessárias epopéias
Apenas que mudemos os matizes.

No fundo, meu amor é simplesmente
Desejos que trocamos, de repente...

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