sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

SONETOS 037

Quanto tempo passei, andando, errante
Na busca deste sonho mais feliz,
De encontrar meu amor a cada instante,
Devorando do céu, belo matiz.

Como um nauta sem rumo e sem destino,
Na cruel incerteza da chegada.
O meu sonho mais puro e cristalino,
Quase sempre vazio, dava em nada...

Beijando esta esperança de viver
Transformando meu dia em triste fado,
Tresloucado querendo conhecer
A beleza de ser, enfim, amado.

Depois que dei a sorte de te achar
Hoje sei como é bom demais amar!

XXX

Na dura sensação que tanto oprime,
Espero, enfim, achar uma saída.
Amada por mais louco que eu te estime,
Essa situação? Mal resolvida.

Desculpe mas demora já não cabe.
Eu tenho tanta urgência em resolver
Aquilo
que em nós já não se sabe,
Difícil, minha amada, de conter...

Procuro me esconder, mas não agüento.
Eu juro que prestei toda a atenção,
Porém, sem resolver, eu me arrebento
Aí; que vou fazer? sem solução!

Querida, eu daria o meu salário,
Em troca deste vaso... sanitário!

XXX

Sussurros enlevando nossos sensos,
Nas danças que traçamos nos salões.
Sorvendo teus prazeres, quando imensos,
Formando de teus sonhos soluções.

Ardentes como jovens namorados,
Sementes espalhamos neste chão.
Nas águas, nossos rumos decorados
Por flores e grinaldas da paixão.

Na brisa que me acalma e me ternura,
Na luta mais insana pela sorte.
Amor que não precisa de mais jura
Se cura sem ter medo, rumo à morte.

Eu quero esta certeza, enfim, querida
De tanto louco amor, após a vida...

XXX

Se somos ossos tortos e falíveis,
Os óstios se procuram osculando.
Desprendem superfícies absorvíveis,
E soam Nefertite, mas em bando.

Desterros em martírios incabíveis,
Em quem se insegurou de vez em quando.
Discuto relações em vários níveis,
Apenas não irei seguir voando...

Amando sempre a mando do desastre.
Que veio nas restingas deste cálice.
Vetusto tanto augusto som que castre,

Amiga não se obrigue a novo cale-se.
Vencido pelas hostes dos senões.
Embarco nos meus barcos, os sertões...

XXX

Depois de certo tempo sem saber
Como poder falar em versos soltos,
Buscando nas discórdias do meu ser,
Como cabelos longos, mais revoltos.

Os versos que me ajudem entender
Em mágicas palavras tão envoltos,
Fazendo a poesia renascer.
Em ritmos mais suaves, desenvoltos...

Assim o meu soneto ressurgido
Faz parte dos meus planos, não se iluda.
Depois de perceber a dor do olvido,

De como essa incerteza nunca ajuda,
Meu canto se tornou, deveras leve,
Depois de rebuscado, quem me leve...

XXX

Quando soube que tinhas voltado
Os meus olhos ficaram sedentos.
Depois deste momento passado,
Os meus dias estão bem mais lentos.

Se demoram as horas, não passam...
Cada vez que te espero e não vens...
Meus sorrisos tristonhos disfarçam,
Tua ausência me dói, o que tens?

Amanhã não podendo esperar,
Pelas ruas irei procurando,
A mulher que me fez tanto amar,
E que agora esperei, até quando?

Eu desejo teu olhos em mim,
Tua boca, beijar, carmesim...

XXX

Se esperava um cantar mais macio,
Não te posso falar, pois bem sei,
Quanto tempo desejo teu cio
Neste vício que já virou lei.

Quero o gosto da boca sedenta
Mordiscando meus lábios sem dó.
Quero amor que quase me arrebenta
Sem segredos, não deixe-me só.

Quero afeto divino e seguro
De quem sabe, sem medo, o que faz.
Um destino que fora mais duro,
Nos teus braços encontra-se em paz.

Meu cantar é de tantos desejos
Revirar o teu corpo em mil beijos!

XXX

Nas estradas sozinho, sem rumo.
Vou buscando o sol que há de vir.
Dessa vida bebendo o seu sumo,
Quero mais e demais sei pedir.

Não tem pressa de ver a chegada
Nem o medo do bote da fera.
Toda noite me perco sem nada
Nessas garras da linda pantera.

Quero o lanho nas costas marcando,
Cicatrizes do amor mais feroz.
Se pretendo seguir te adorando,
Não consigo soltar minha voz.

Quero o beijo sedento e faminto,
Na loucura do amor, meu absinto.

XXX

Os meus versos de amor, quando faço
São sinceras mensagens de paz.
Tanto amor quando cruza este espaço
Alegria que dá satisfaz.

São bandeiras de muita esperança
Fantasias que mostram sorrisos.
A distância que um verso se lança
Aproxima do amor, paraísos.

São sensíveis os rumos que traçam
Os meus cantos em busca de Deus,
Quando amor e amizade entrelaçam,
Mais distante se esconde um adeus.

Minha amada querida onde for,
Levarás os meus versos de amor...

XXX

Tanto tempo busquei teu amor,
Nada achando, fiquei sem saber,
Qual o rumo que irei, se não for
O que leva ao teu mar de prazer.

Nas estradas distantes da vida
Os espinhos, as pedras, o medo.
Tantas vezes senti despedida,
Nas histórias perdendo o enredo.

Sei do quanto esse amor me fascina,
Sei do tanto que a luz dele atrai.
Procurando em teu rastro, menina,
Onde fores, meu sonho, já vai.

Tantas flores plantei no jardim,
Mil amores espero pra mim...

XXX

Amizade que encanta é divina
Uma força que sempre me atrai.
Tanta treva amizade ilumina
Sem perguntas bem sabe se vai.

Noite intensa no céu estrelado
Amizade faz tanto brilhar.
Não se importa com tempo passado,
Bem mais forte que o simples amar;

Nas histórias tão tristes da vida
Uma amiga me faz ser feliz.
Não permite que a dor distraída
Nos convide pro mal que se quis.

Tantas luzes refletem tua alma,
Me conhece, da mão toda a palma...

XXX

Minha amiga, meu canto procura
Novamente te ter por aqui,
Toda noite que sei sendo escura
Se refaz noutro dia que vi.

As auroras nascendo prometem
Novo sonho em raios de sol.
Os meus erros jamais se repetem
Teu olhar que me guia, farol...

Os meus versos te faço querida
Esperando teu canto pra mim
Não consigo entender outra vida
Se não tenho teu sonho por fim.

Nosso amor, esperança divina,
Traz a paz que bem cedo domina...

XXX

Tanto tempo sentindo saudades
Deste amor que não tem mais saída.
Procurei encontrar qualidades
Mas não pude dizer-te: querida.

Amor quando doído me mata
Dominando, não deixa sonhar.
Esperança renasce e maltrata
Simplesmente me faz esperar.

Tenho um sonho de nova aliança
No futuro talvez possa amar.
Quando amor me fugir da lembrança
Novamente; outro amor vou cantar

As estrelas no céu vão pairando,
Tua órbita estou procurando...

XXX

Amor se desatando da esperança
Se vendo em liberdade, sem ter penas.
Vivendo como o sonho de criança
Sem lágrimas, sem mágoas, tão apenas.

Amor se desgastando vira espera
Sem medo, te julgavas mais capaz.
Eu quero o teu carinho em primavera
Sentindo
esta alegria em toda a paz.

Cantando o desencanto sem futuro
Vencido pelas dores mais contrárias.
Saltando qualquer duro, grande muro,
Discórdias e distâncias, tristes, várias;

Exércitos de sonhos me invadindo,
Vasculham nosso céu, imenso e lindo...

XXX

Amor quando é demais, amor se atreve
E vence qualquer medo que encontrar.
Por mais que uma alegria seja breve
Amor nunca se cansa de tentar.

Nas brandas emoções ou na loucura
Amor se não renova, não resiste.
No sentimento imenso de ternura
Um resto de saudade morre triste.

O manto que recobre o deus amor
Em versos se tingindo, rubra rosa,
Vertendo um longo lago de esplendor,
A luta pelo amor é gloriosa.

Não quero desse amor, a piedade.
Nas vastas emoções tanta verdade...

XXX

Amor quando em sentidos se descreve
Se faz como a esperança mais bendita
Se na alma quando em frio cai a neve
Danosa sensação se faz aflita.

A mando do que fora subjetivo
O verso extremado não dispensa.
Na lágrima servida quando vivo,
Não vejo tanta luz na recompensa.

Faíscas deste amor me incendiando.
São tantas emoções que não dispenso.
Se vozes mais macias escutando,
Amor é sempre brilho no que penso.

E vejo meu destino quando ancoro
No mar de amor divino que decoro.

XXX

Quem tem amor exige lealdade
Daquela que se encharca deste amor.
Por certo tanto amor que na verdade
Se forma quando trama um vencedor.

Nas guerras da paixão, eu me perdi.
Nas terras da ilusão, não sei meu rumo.
Nos montes da emoção eu prossegui,
Nos versos da canção eu me acostumo.

E sinto que virás, louco corcel,
Voando sobre igrejas, catedrais,
Vencendo essas imensas deste céu,
Sabendo que te amar nunca é demais.

O mar que me invadiu, num beijo teu,
Nos abissais castelos, se perdeu...

XXX

Se esperança de amor se faz perdida
Em versos mais singelos te direi.
Encontro em teus braços a saída
Do mundo que, disperso, nunca sei.

Volteio tantas vezes sem coragem
Recebo o forte vento da saudade.
Falar amor nunca é falar bobagem,
Amor sempre reflete claridade.

É fogo que me queima e não percebo
É gozo que persigo sem descanso.
De amores, farto amor quando recebo,
No fundo, em tempestades, vive manso.

Remanso que se encontra no tufão,
Quem quer do amor calor, vira vulcão.

XXX

Distante de teus olhos, tão formosa,
A vida não me empresta seus penhores.
Minha alma sem cuidados, andrajosa,
Nessa busca incessante por amores.

Teu olhar de soslaio, tão furtivo,
Cativa meu olhar, hipnotizando.
Em busca deste olhar, por certo vivo,
Entregue a tanto brilho, estou te amando.

Teus passos em meus passos já transformo,
E queimo em tal ardor se não te tenho.
Viver sem teu amor, não me conformo,
Distantes os caminhos de onde venho...

E sinto em teu regaço, um quente ninho,
Por certo, em teu amor, não vou sozinho!

XXX

Esta emoção guardada a sete chaves,
Não deixa que esta vida destrua.
Um forte combustível para as naves
Revestem a nossa alma enquanto nua.

Na força que incontida nunca pára,
Apoio para as curvas mais fechadas.
Na queda que ameaça nos ampara
Mantém o nosso rumo nas estradas...

Essa emoção que é boa enquanto santa,
Resiste a mais cruel das tempestades.
Nas horas mais difíceis se agiganta
Encara sem temor, dificuldades...

É luz que tanto guia, é claridade.
No cofre do meu peito, uma amizade!

XXX

Queria crer no amor que seja eterno,
Que voe pelo céu, ave liberta.
Que traga essa pureza de ser terno
E sempre me mantenha mais alerta.

Quero a sofreguidão tão verdadeira
De ter uma paixão insofismável;
Podendo me integrar à companheira
No sonho mais divino e formidável.

Eu quero te encontrar na mesma estrada
Que leva meus destinos junto aos teus.
Cantarmos harmonias na toada
Que fale deste amor, nunca de adeus...

Eu quero imensidão, pleno fulgor
De toda eternidade deste amor!

XXX

Eu quero ter direito a ser feliz;
Jogado, tanto tempo, assim de lado.
Sabendo ser eterno aprendiz quis
Um bis em teu amor tão desejado.

Qual templo que contemplo e não me esqueço,
Amor é divinal sabedoria
Eu sinto que te quero e não mereço
Roubar o nosso tempo de alegria.

Porquanto te preciso, divinizo.
São longos os meus dias sem te ter.
Terrível pesadelo de granizo,
Preciso de teus lábios pra viver...

Não quero me invernar a vida inteira,
Sonhar com teu calor, brasa e lareira...

XXX

Na noite de luar, qual Messalina,
Deitada em minha cama, me provoca.
Curiosidade em lábios me alucina,
Amor vem em cascatas, pororoca...

Rasgando em oceanos de prazer,
Deitando meu desejo em teu desejo.
Vencido em tão sedento convencer
Me deixo transbordar e nem me vejo.

No leito que me leva aos teus seios
Anseios que me levam aos teus montes.
Explode todo amor sem ter receios,
E bebes delicada, toda a fonte...

Na noite prometida, de luar,
Na noite que rolamos, sem parar...

XXX

Tantas vezes jurei ser fiel
Mas a vida me impede de ser.
Cada abelha produz o seu mel,
Sem teu mel como posso viver?

Não procuro fugir de quem amo,
Nem disfarço se te quero bem.
O meu canto que tanto reclamo
Quantas vezes vivi sem ninguém.

Não mais quero a saudade maldita
Nem pretendo viver solidão.
Tantas noites sentindo a desdita
De viver sem qualquer emoção.

Eu não minto se falo contigo
Deste amor que por tanto, persigo...

XXX

Amor que tanto quis, bem mais ardente,
Queimando no meu peito, me transtorna.
Amar é necessário e tão urgente,
Não quero uma emoção deveras morna...

Eu quero a sensação de granular
Depois de tanto tempo te esperando.
A flor que sempre brilha no luar,
Sem cores, com certeza, irá murchando...

Eu amo, simplesmente, e não me engano,
É coisa que por certo não discuto...
Amar estava dentro deste plano
De ser feliz, matando todo o luto...

Meu coração cigano não se espalha,
Agora, prisioneiro de batalha...

XXX

Ouvindo tua voz, que é tão macia,
Deitando nos teus braços, calmamente.
Sabendo que teremos novo dia
Depois da tempestade, novamente.

Escrevo, nos meus versos, a promessa,
De tempos mais felizes para os dois,
Amor que em tanto amor, amor confessa,
Não deixa nosso amor para depois...

E vindo desta lua que viemos,
Trazendo um verso livre, sem cobrança;
Eu sei que tu já sabes e sabemos,
Que amor é sempre forte na aliança.

E não permito mais mãos invejosas
Em meio a tais venturas, tão formosas...

XXX

Teus seios tão formosos, meu delírio...
São fontes de deleite e de prazer.
Alvura que se encontra só num lírio
Vontade de em teu colo me perder...

Eu quero que se aposses desse sonho,
Eu quero que me tenhas sempre mais...
Amor sem ter segredos, te proponho,
E sonho sempre ter amor demais...

Sabendo quanto custa uma saudade,
Sabendo quanto é bom um bem querer,
Te peço, meu amor, tenha a bondade
E venha em minha vida sempre ser.

Não quero em teu amor morrer em penas,
Te quero muito mais que a noite apenas...

XXX

Quando a noite em seus braços se encanta
E se perde nos raios da lua,
Minha glória é saber que me imanta
A beleza, mulher toda nua.

Se flutuo no céu deste sonho,
São cruéis os meus erros, bem sei.
Tantas vezes pensei ser medonho,
Este sonho que tanto sonhei.

As marés, os marulhos, a praia,
Nas estrias dos rios, cascatas.
Quando o sol, preguiçoso desmaia
Sobre os montes, florestas e matas

Vejo imagem de quem sempre chamo,
Relembrando do quanto que eu te amo...

XXX

Amiga não te sinta assim tristonha
Quem sabe novo dia nascerá!
Deitada mansamente já se enfronha
A noite que por certo passará.

Eu sei do teu amor, foi gigantesco.
Decerto não sabias do final.
Agora a madrugada traz dantesco
Pesadelo vagando todo o astral...

Cresceste enamorada desta sombra,
Do príncipe sonhado nada sobra.
Fantasma deste amor inda te assombra
A vida tanto dá quanto te cobra.

Me resta, disto tudo, uma certeza.
Não houve sequer príncipe; princesa!

XXX

Teus claros olhos, bela enamorada
Que parte sem talvez dizer adeus.
São rumos que se perdem leda estrada,
Se perdem espelhando os olhos meus...

Não trago na memória como ou quando
Perdi os meus caminhos de alegria.
Agora sem teus olhos fulgurando,
Pergunto ao meu amor onde andaria?

As horas esquecidas, vãos momentos,
Perdidas sem saber onde encontrar.
Espero te encontrar, rosa dos ventos,
Olhares que me guiam pelo mar...

Nos mares dos teus braços e carinhos,
Teus olhos que me levam, meus caminhos...

XXX

Quando deste meu mar, em tempestades,
Buscava uma ancoragem mais segura.
Vivendo sem temer as inverdades
Que forram nossa cama, bem mais dura...

Não falo de tormentas que passamos,
Nem falo das bonanças que vieram.
Só sinto que te quero e nos amamos,
Em pazes nossas mãos já se fizeram.

Agora, o nosso mar já se acalmando,
A vida se promete mais risonha.
À noite, nossos corpos se entregando,
A vida nunca mais será medonha.

E fujo para perto, a te querer;
Meu sonho, nos teus sonhos, se perder...

XXX

Procuro por teus lábios olorosos
Espero o carmesim maravilhoso.
Meus medos vão perdidos, andrajosos,
Mas sonham com delícias deste gozo.

Cambiantes os desejos mais sutis,
Verdejas teus olhares sobre a mata.
Eu quero novos sonhos mais gentis,
Na lua que domina, rica prata.

Correndo mansa brisa, me acalenta.
Amor não se permite duvidar.
Quem pensa que essas luzes; não agüenta,
Esquece da beleza de brilhar.

Eu quero te encontrar de qualquer jeito,
É cura que deseja um velho peito...

XXX

Jamais irei temer um pensamento
Que fale, sem pensar, em desenganos...
Soltando meus segredos neste vento,
Passando, sem mentir, por tantos anos...

Eu vivo sem cobiça ou ambição
De coisas que não tragam meu prazer.
Eu vivo com total sofreguidão,
Espero, em cada curva, o meu lazer...

Hedonista, bem sei que assim eu sou,
Não quero nem tristezas nem saudades.
Quem vive em plena nuvem que passou,
Não pode vislumbrar felicidade.

Pois abra teu sorriso, companheira,
Amiga, trague a vida, beba inteira!

XXX

Eu quero em teu amor a sensação
Ditosa de ser mar e de ser rumo.
Navego tanto em tua direção,
Que várias vezes, sinto, perco o prumo.

Se vamos prosseguir nessa viagem,
Buscando, num futuro, ser feliz;
Saibamos enfrentar uma estiagem,
Assim como a tristeza, por um triz.

Atormentados, somos, pelo medo,
Que torpe, nos inflama e traz lembranças…
Se vamos nos lançar por nosso enredo,
Reavivamos sempre as esperanças...

As mágoas que carregas e carrego,
Diários do passado, que te entrego...

XXX

Bem sei que são tão nobres sentimentos
Que trazem alegrias em renúncias.
Sagrados nos permitem bons momentos
Intensos, neste mundo de denúncias.

São vastos os prazeres ofertados,
Em ambos, tanta luz ofusca a treva.
São simples mas, deveras, rebuscados,
Por eles a minha alma já se enleva;

Possível conviverem entre si?
Talvez mas é difícil acontecer.
Depois que tanta coisa eu dividi,
Tal possibilidade; pude ver.

Amada; é minha amiga de verdade.
Contigo, em pleno amor, uma amizade!

XXX

Não temo o que restou de teu veneno
Que teima em me beijar e dar prazer.
Se longe dos teus medos inda aceno
Queimando em teu desejo quero ter.

Se tu és todo o senso dos amores
Que cores e clichês não quero mais.
No palco desta vida dois atores
Buscando a fantasia, sem ter paz.

E vibro em nossas mansas ojerizas
Rasgando logo o verbo em nossa teia.
Se tenho o que não tens e não precisas
Depois a nossa cama se incendeia...

E somos dos venenos que tragamos,
Iguais em quase tudo, nos amamos!

XXX

Das flores, o perfume e a beleza
Das cores os matizes mais audazes.
Das dores, mitigar toda tristeza,
Dos medos, os segredos mais capazes.

Da lua, todo o brilho e claridade,
Do sol, os tantos raios luminosos.
Eu peço muito amor, porém quem há-de?
Na noite que tivermos, quero os gozos.

Nas flores que plantei, quero o botão,
Nas cores escolhidas quero o anil;
Eu quero sempre o sim,esqueça o não,
Eu quero teu carinho mais gentil.

Roubar intensidade deste sol,
Amores, vou buscando, levo anzol...

XXX

São ermos os caminhos de quem ama
Decerto; tanta vez acreditei.
Agora que conheço a louca chama
Agora que, por fim, me apaixonei.

Percebo quanto estava me iludindo,
Percebo quanto amor é salutar,
O dia radiante sempre vindo,
Trazendo com beleza, a luz solar.

A noite transbordando em alva lua,
A vida transcorrendo em mansas águas.
Minha alma transportada já flutua
Escondem-se de mim, todas as mágoas...

Amar é caminhar sobre as estrelas,
É muito mais do que isso, até contê-las...

XXX

Minha amiga é tão bom saber de ti
Em meio a tantas dores nessa vida.
Amiga, representas o que vi
Pensando em minha sorte, já perdida...

Tu és linda, querida companheira,
Da beleza sem par que sempre quis.
Amiga a nossa noite é verdadeira
Nos sonhos que me fazem mais feliz....

Os meus versos dedico com carinho
A quem jamais me nega todo o mel
Sabendo que jamais tive outro ninho,
Ajuda como um anjo, leva ao céu...

Razão de tanta paz neste meu verso,
Estrela mais brilhante do universo!

XXX

Amiga nos teus versos belo canto;
Espelham tanto amor sem alegria...
São tristes e me falam deste pranto
Que em puro desencanto, chora o dia.

Nas nuvens que pintaste no teu céu,
Virá por certo, um dia, a solução
Nas asas tão benignas do corcel,
Que sempre te trará uma emoção.

Não mate essa ilusão de ser feliz,
O mundo se arremata em lua nova.
Nem sempre se perder o que bem quis
Impede uma alegria posta a prova.

Renove teu sorriso, se preciso.
Nos rastros deste amor, o paraíso!

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