sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

SONETOS 018


A lua coroada em céu brilhoso,
Tramando, despojada, tanta luz...
Em ti, ó companheira, vou ditoso.
E cada raio teu, amor conduz...

Desfolho o meu olhar nas tuas pratas,
Grinaldas esculpidas sobre a terra.
Mergulho nos teus braços, nas cascatas,
Amor que tanto lume sempre encerra...

Eu quero um beijo teu na minha boca,
Dançando sob os raios, minha lua...
Vontade de te amar, vontade louca.
Despir-te totalmente, ter-te nua...

E assim, embriagado de desejo,
Nos braços desta lua já me vejo...

X

De repente tivemos nossos passos
Tão debruçados nas saudades puras
Pressentimento em nosso amor, espaços...
Vozes confusas entranhadas, duras.

Sabia sempre que jamais virias.
Dos nossos medos; é refém, bem sei...
Trazendo na alma multidões de estrias
Nosso segredo que guardaste; lei.

De repente vivemos nosso sonho...
Embora de tristezas, consternado.
Voltar à vida sempre te proponho,
Embora saiba, vives do passado...

Amor esteja certa; da dor te curo,
Mas pense tão somente no futuro...

VIVA A ALEGRIA!



Na certa, minha amiga, ainda sofres
Em cada noite fria, sem ninguém...
A vida se guardando em tantos cofres,
Depois dessa saudade, triste bem...

Eu desejo um futuro mais risonho,
Capaz de te livrar da solidão.
Em todos os momentos te proponho
Os sonhos tão divinos da paixão.

Eu quero que tu sejas mais feliz
Embora certa dor nos acompanhe.
Brindemos ao futuro que se quis,
Nestas tantas borbulhas de champanhe.

E viva o novo mundo que te espera,
De amor e de alegria, se tempera...

AMIZADE E ABRIGO


Nas sendas e nas sanhas, nas searas...
Sorvendo sentimentos, sangra a sina.
Estrelas salpicando são tiaras,
No céu onde luar nos ilumina...

Vencendo tantas horas sem notícias
De quem se fora e não pensa em voltar.
As nossas alegrias são propícias?
Não creio; mas não posso discordar...

Amigos tão distantes nunca esquecem
Não são simples retratos na parede...
São teias que se enredam e se tecem,
No mesmo pote matam tanta sede...

Por isso não discuto, meu amigo.
Bem sabe que terás o nosso abrigo...

AMOR, NOSSO AMOR...

Dançamos nossas noites de alegria
Ébrios desta insensata lucidez,
Que traz como verdade, a fantasia,
E mata a realidade em sua tez.

Nas Torres, nas senzalas, nas masmorras,
Amarro nossas almas transtornadas.
Impedem que dos medos nos socorras,
De tantas as tristezas entornadas...

Dançamos nossas noites, sem parar,
Vivendo nossos sonhos nossa luz.
No parto que prepara nosso mar,
Reflete todo amor que se produz.

E vamos para o dia, peito aberto.
Sem medo da aridez deste deserto!

VIVA NOSSO AMOR!


Teus olhos, melancólicos, distantes,
Quando nos meus imersos, se refletem.
Néons se apresentam deslumbrantes
E versos tão diversos se repetem...

Espaços que encontrei nos teus abraços,
Cabendo meus desejos e loucuras...
Subindo nas alturas dos terraços
Os laços que vivemos; as ternuras...

Eu quero a maciez que me alucina,
Na sina de te ter perto de mim.
Assim, devagarinho me domina,
Explode todo amor que tenho, enfim...

E viva nosso amor, nossa alegria,
Dos sonhos, esperanças, melodia...

AMAR DEMAIS

Não pensei que talvez fossemos tanto
Mas pretendo conter o que já sinto.
Amar demais é quase sempre pranto,
Por isso sem sossego, calmo eu minto...

Navego um turbilhão dentro de mim,
Enfrento um furacão com falso riso.
Vivendo deste todo sou assim,
Fingindo lucidez perco o juízo...

És toda uma beleza que não tive,
És toda uma certeza que consome...
Amor de tanto amor se sobrevive
Quando em amor, matando sua fome...

Eu quero teu amor somente meu.
Meu mundo no teu mundo, aconteceu..
.

NOSSOS SONHOS DE AMOR


Não és somente sonho, sei que existes,
E na tua existência, já me vi...
Os cantos que me trazes, sempre tristes;
Refletem todo amor, por certo, aqui.

És bela, tens a dor duma verdade,
Que é nossa, mas tu temes ser feliz...
Na angústia em que tu vives; a saudade
Que existe desse amor que sempre quis.

Decerto esperarei os teus carinhos,
São nossos e ninguém pode roubar.
Distantes, quase sempre tão sozinhos,
Vivemos sem saber, tão forte amar...

Eu vejo meus caminhos junto a ti,
Nos sonhos deste amor, eu me perdi...

AMOR DE SALVAÇÃO

Amor que vai perdido pelas ruas...
Em busca deste amor que não voltou.
As bocas se desejam; loucas, cruas.
O tempo tão voraz; se revoltou.

As chuvas desabaram sobre nós,
As trevas envolveram corações...
O medo de perder, tão forte; atroz...
Devora sem piedade as emoções...

Te caço como quem procura o ar.
Em todo desespero duma apnéia,
Preciso deste amor, te quero amar;
Amor que vitimiza; uma dionéia...

Preciso te encontrar, ó meu amor.
De todas as quimeras, salvador!

AMANDO NOVAMENTE

Quando toquei em teus suaves braços,
Senti estremecendo uma certeza...
Quem sempre acreditara ter seus laços
Atados certamente com firmeza,
Descobre quanto é frágil uma verdade.
Não crera ser capaz de novo amor.
Vivendo em ilusória liberdade,
Seguindo minha vida sem calor..
Ao ver como é divina uma esperança,
Ao ver como é sensata uma emoção;
Ao ver como é preciso uma aliança
Ao ver a maravilha da paixão,
Rompendo a calmaria e esse marasmo,
Amando novamente, louco e pasmo...

NÃO SOFRA, MINHA AMIGA

Pressinto nos teus olhos, minha amiga;
A dor que te causaram; ilusão...
A vida é necessária, então prossiga;
Em cada novo dia, uma emoção...

Não deixe que a tristeza se aproxime.
Expulse essa fatal iniqüidade.
Amor sem ter tal brilho, nunca estime,
No fundo não virá sequer saudade...

Amiga, não se perca dos teus sonhos...
Aguarde a cada dia, uma surpresa.
Os restos dos amores são medonhos,
Não valem tua dor nem a tristeza...

Amiga, te proponho fique aqui.
Encontre todo amor que já perdi...

TEU AMOR, QUEM DERA...

Quem dera teu amor tocasse o meu.
Um simples desejar talvez bastasse.
Qualquer pequena luz clareia o breu.
Como seria bom se, enfim, me amasse!

Permita que eu te toque um só momento,
Descubra teus segredos, mostro os meus...
Amor que não me sai do pensamento
Meus sonhos te vasculham, são ateus...

Mas nada do que canto te fascina,
Mas nada do que digo já te basta.
A noite em que desejo descortina
A velha cantilena demais gasta...

Um dia, pois quem sabe faz agora,
Meus braços dormirás, e não demora...

TANTO QUANTO TE QUERO...

Feche os olhos querida, pois desejos
Rodam na nossa noite, nosso encanto.
Feche esta janela, nossos beijos
Não querem testemunhas. Somos tanto...

Tanto quanto retinas podem ver.
Tanto quanto podemos pressentir.
Tanto quanto podemos receber
Tanto quanto queremos nos sentir...

Feche os olhos amada, e as janelas...
As portas abertas querem paz.
Estrelas vão girando; nuas, belas...
Sabendo do que amor se faz capaz...

Tanto quanto te quero, nos queremos.
Tanto quanto queremos, nós podemos...

DOCE AMOR

Teu beijo de melado e doce mel.
Tragando meus desejos, nossa cama.
Não me farto dos beijos, tiro o véu,
E toda nossa gula, louca chama.

Teu gosto adocicado nos meus lábios,
Eu quero ter inteiro, raspo o tacho.
Meus dedos; sei que são, insanos, sábios...
Agulha no palheiro; procuro, acho...

Dessa cana caiana delirante
Tua doce garapa me lambuza.
Respiro devagar, quase arquejante.
Falta mais um botão na tua blusa...

A noite se passando... Uma loucura...
Em nossa fantasia... Amor... Doçura...

Amada.

Procuro nas montanhas e no mar
Quem foi demais amada e já partiu.
Nos ventos e nas ondas vou buscar
Mas nada. Ninguém sabe; ninguém viu...

Procuro nas estradas e cidades,
Quem foi demais amada e não me quis.
Nos parques e nas praças, as saudades...
Mas nada. Ninguém sabe; ninguém diz...

Procuro nos luares e sertões...
Quem foi demais amada e se cansou.
Nos cantos, poesias, corações...
Mas nada. Ninguém sabe; ninguém sou...

Mas quem eu tanto amei, não voltará?
Procuro dentro em mim, estavas lá!

QUERIDO AMOR

Reflexos multicores reproduzem
Teus olhos espelhando o meu olhar.
Estrelas, pirilampos, todos luzem
Nessa vontade enorme de te amar...

Cada gota de orvalho em bela flor
Tua pele suada de prazer.
Reviras universos, tanto ardor,
Fazendo tanta dor já se esquecer...

Morrendo em tuas mãos, refaço a vida;
Sentindo teu carinho, já mergulho.
Em toda essa delícia repartida;
Sentindo deste amor maior orgulho.

Percebo tanta paz em nossa vida
Na bênção de te ter aqui, querida..
.

UM GRANDE AMOR

Nas acácias floridas no quintal
Os cachos dos cabelos que se foram.
Se eu trago uma saudade no bornal
As acácias teimosas já se floram...

Não voltas, eu preciso acreditar.
Mas vejo em cada sombra tua imagem.
Reflete em cada brilho teu olhar.
De todos os lugares, tal visagem.

Mas sei que disso tudo; aqui estou.
São simples ilusões que não retornam.
Eu não te esquecerei, aonde eu vou,
Saudades e desejos já se entornam...

Não quero te esquecer, não sinto dor.
Pois tive em minha vida, um grande amor...

Manhã de Amor

Manhã fria pedindo um cobertor,
Quietinho; te procuro. tão gostoso...
Debaixo da coberta o teu calor
Deixando o frio dia mais dengoso...

Carinhos se procuram; bocas, braços...
Uma vontade doida de ficar.
As pernas desenhando tantos traços,
A vida transcorrendo devagar.

O cheiro de café penetra o quarto,
É hora, meu amor, eu tenho que ir...
De amores e desejos nunca farto,
Mas nada mais espera. Vou sair.

Lambuzo minha boca, pão e mel...
E sonho com carinhos... Vou ao céu...

Amor

Amor, por onde andaste tanto tempo?
Durante tantos anos te escondeste.
Fizeste do meu peito, um passatempo;
Fazendo a cada dia, um novo teste.

Jogavas os teus braços sobre mim,
Dançavas e se rias; zombeteiro...
Na boca desejosa e carmesim
Mil vezes mergulhei meu mundo inteiro.

Mas nada, simplesmente fugias...
Depois de certo tempo, solidão...
Brincavas de esconder essa alegria
Que tantas vezes trama o coração...

Agora que te encontro, aprisiono...
Não quero mais sofrer teu abandono...

MEU AMOR...

Mas deixe que eu te embale, meu amor,
Nesta rede de braços, coração.
Devagarinho, manso, como for;
Deixando, bem distante, a solidão...

Mas deixe que eu te chame assim, querida.
Que a vida sem ternura, vale nada...
É lua que se vai, está perdida;
Vagando sem ter brilho, des’perada...

Mas deixe que eu te encontre em cada canto,
Em cada fantasia, cada sonho...
A vida necessita deste encanto
Um mundo mais feliz, eu te proponho...

Mas venha pr’os meus braços, vem comigo,
Preciso estar contigo, meu abrigo...

NOSSO TÃO GRANDE AMOR..

Nós caminhamos juntos pela vida...
Deixando nossas marcas no caminho;
Em cada novo dia, a despedida,
Desfeita em mil promessas de carinho...

Nós caminhamos juntos lado a lado,
Embora tantas vezes mais distantes.
Amor sempre compensa apaixonado,
Vivendo da loucura, dois amantes...

Que sabem muito bem o quanto dói
Saudades de quem tanto se quer bem.
Amor em desamor cedo corrói,
Depois de pouco tempo, sem ninguém...

Mas quando, em nosso caso, tanto amor;
Desfaz-se e se refaz em pleno ardor...

TE AMO TANTO...


Manhã que já decifra tal mistério,
Amores se perdendo e se encontrando.
A noite que passamos, sem critério,
Delícias e tristezas penetrando.

Não quero mais viver em desespero,
Tragado pela força da saudade.
Amor, sem teu amor, eu nunca quero,
Amar-te é traduzir felicidade...

Teus pés que tanto embasam minha vida,
Não podem se ferir nem tropeçar.
Se tantas vezes fomos despedida,
Preciso, pra viver, recomeçar...

Perdoe por meus erros, te amo tanto...
Meu verso sem teus olhos, perde encanto...

AMAR SEM MEDO

Voltando do deserto onde deixara
Meus olhos tão distantes deste olhar.
Nas pedras e nas rochas encontrara
Obstáculos difíceis de passar...

Somente por saber que estás comigo,
As travas de meus olhos ficam leves...
Amor que tanto tens e que persigo,
Nas horas em que, louca, tudo atreves...

Mas temes tanta luz que já te cega,
Desejas borboleta, um vôo manso...
Nos mares e luares tanta entrega,
Depois da tempestade, quer remanso...

Não tema mais deserto nem a luz.
A mão que te ofereço, te conduz...

QUERO TEU QUERER

Se te vejo passando nessas ruas,
Querida, com certeza, ganho o dia.
Na verdade não andas, só flutuas,
Meu anjo da beleza e da alegria...

Brincando deste amor que é verdadeiro
Por vezes me esvoaço e depois volto.
Te quero, tanto amor, por ser inteiro.
As mãos logo seguram, mas te solto...

Espero teu retorno calmamente,
Pois sei que tu jamais me deixarás.
Nas asas que criamos alma e mente
Os sonhos que decerto sonharás.

Querida tanto quero teu querer,
Em tuas doces pétalas viver...

O MEU AMOR.

O meu amor calado nada cobra,
Apenas um sorriso; satisfeito.
Vivendo meu amor, do que te sobra;
O fato de te amar é meu direito.

Não quero que tu sofras se não amas.
Porém eu estarei a te esperar...
Sem fogo morrem logo tantas chamas,
Sem lua como haver, então, luar?

Te espero, tão silente e desejoso.
Embora leve os restos, não reclamo.
No fundo até me sinto mais vaidoso
Por esse simples fato: sim, eu te amo...

Não peço teu amor, nem ser amado...
Permita que eu te queira, assim calado...

Nossa Paixão

Nossa paixão é pouso sem repouso
Não deixa descansar um só momento;
Sabemos o que somos, nosso gozo
Não deixa descansar o pensamento...

Vivemos transbordantes emoções
E guerras tão sutis, loucas batalhas.
Aos poucos nos devoram ilusões
No doce corte fundo das navalhas...

No sangue que vertemos, nas guerrilhas;
Deitando nossos beijos tresloucados.
Nas bocas, nas mordidas, maravilhas...
Amores e delírios enredados...

Te quero e não te quero, te desejo...
Nas sombras e nos sonhos, só te vejo...

DE MÃOS DADAS

Distantes do que foram os teus sonhos,
Os dias se passaram sempre em tédio.
Herdaste com certeza, os mais medonhos
Desastres dos amores sem remédio.

Agora que em tristezas se debulha,
Agora que o sorriso já se esconde;
Granando o sofrimento, tanta bulha,
O canto se escondeu, não sabe aonde...

A noite se tornou uma quimera,
Do riso manso, a dor em tempestade.
No salto perigoso desta fera
Da víbora terrível, a saudade...

Agora que percebes solidão,
Amiga, estendo a ti, a minha mão...

NOSSAS BOCAS...

Não sei melancolia nem tristeza,
Cantando com os bardos sonhadores.
Vivendo neste mundo uma certeza
Das luas que trouxeram meus amores.

Dos pingos desta chuva que caía,
As gotas orvalhadas, matinais...
Amor que tanto amor já se sabia,
Nas nossas bocas doces, sensuais...

Te quero cada vez mais, sempre e tanto...
Envolta nessas luzes faiscantes.
Trazendo, com ternura teu encanto.
Nascendo dos meus braços, nos rompantes.

Eu quero ter certeza de encontrar
Amor que te traduz, meu versejar...

O BRILHO DOS TEUS OLHOS

Colhendo nos teus olhos tantos lumes,
Espalho tais sementes em meu jardim;
Granando tantas rosas e perfumes,
Brilhantes diamantes guardo em mim...

Os olhos que plantei, multiplicaram,
Os céus com tantos prismas diferentes.
Ao verem tal beleza se encantaram
E com ciúmes foram indolentes...

Não sabem que eu percebo cada gesto,
Dos céus tão ciumentos, desejosos.
Mas mesmo sob intenso e grã protesto,
Os grãos foram levados, luminosos...

Sabendo das sementes tento vê-las
Deparo neste céu, tantas estrelas...

Beijos...

Rainha da beleza, minha prenda.
Sabendo quanto quero teu amor.
Entrego meu amor por oferenda,
Depois de vários dias sem calor.

Cavalos e galopes nos meus campos,
Os sonhos multiplico por milhão.
Estrelas, nossas camas, pirilampos.
Eu sinto tanto amor no coração.

Sabendo que virás, não sei o dia,
Sabendo que estarei a te esperar.
Sabendo que trarás toda alegria,
Sabendo que preciso te encontrar.

Eu conto as estrelinhas lá do céu,
Os beijos que darei, lábios de mel...

MINHA AMADA

Lirismo que invadiu meu pensamento,
De tantas madrugadas, solidão...
Ao ver teu nome solto neste vento,
Aos poucos fui criando uma ilusão...

Agora que percebo quanto te amo
Não deixo mais sequer um só segundo,
Que toda esta ternura que reclamo,
Se afaste deste nosso novo mundo...

Eu quero teu perfume, minha rosa,
Em todas estas flores, meu jardim...
Bem sei que minha amada é tão vaidosa,
Reflete todo mar de amor em mim...

Não fujas do que sonhas; nossa vida,
Te aguardo calmamente aqui, querida...

CIÚMES

Ao calar-se a orquestra mal me vias,
Estávamos distantes, mas tão perto.
Compassos e desejos repartias,
Me deixando sozinho em meu deserto.

Sabia que fazias por ciúmes,
As sombras que deixavas pelo chão;
Depois de tantas noites, seus queixumes,
Enviesada forma de expressão...

Bem sei que nos meus lábios tu te entregas,
Embora derramando tanto charme.
Depois de alguns momentos já me negas,
Querendo me deixar em louco alarme.

Mas quando a noite cai, estamos sós...
Misturas de desejos, nossos nós...

LIBERDADE PARA AMAR

Não vejo mais motivos para tanto,
Se tanto nunca fui para quem chama.
Amor seria livre sem espanto
Se houvesse liberdade pra quem ama...

Não nego meu cansaço de viver,
Embora conviver com fantasias.
Se tudo se resume no prazer,
As dores se diluem, alegrias...

Criados os fantasmas nada resta,
Senão seguir meu rumo sem teus braços.
Aberto o coração, arrombas fresta,
E toma num assalto, meus espaços...

Não mintas nem omitas o que sentes...
E faça assim, a ti, os teus presentes...

SEJA FELIZ...

A noite desvendando as fantasias
Que trouxe quando estavas bem aqui.
Se fazes do teu canto as melodias
Que queres quando feres tanto assim?

Por certo tuas garras afiadas,
Rasgando minha pele, fundas chagas;
Pretendes destruir as tão amadas
Carícias que decerto, enfim, apagas.

Não venhas me culpar por tuas dores,
Tu sabes muito bem quanto te quero.
Mas deixo para sempre tais amores,
Depois de tanta luta. Sou sincero...

E quero que tu sejas mais feliz...
Destino que criaste mas não quis.

EU SOU TEU AMIGO

Na noite está chovendo sem parar,
Mas tenho essa vontade de viver...
Na boca desta noite mergulhar
Nas águas, nas torrentes do prazer.

Eu vivo violentas flores na alma
Dos tempos mais difíceis, insensatos.
No fundo, quase nada mais me acalma,
Eu vou bebendo a lua, nos regatos...

Pedradas que me deste, são brinquedos,
Mas trago minhas rugas mais expostas.
Não vejo por que ter nenhum segredo,
A dor é tua amiga, dela gostas...

Mas saiba que com toda liberdade,
Tenho-te, quando quiseres, amizade...

O NOSSO CASO DE AMOR

Desvendo na nudez em que me exponho
Os atos insensatos que prometo.
Os barcos; nos teus mares, sempre ponho,
Neste oceano inteiro, me remeto...

Deslinda-se a verdade que preciso,
Nos atos impensados e sedentos.
Procuro pela paz no paraíso,
Encontro a tempestade, os tormentos...

Recebo teu abraço, seios túrgidos,
Urgidos nossos sonhos de prazer.
Os raios que vieram; fortes, fúlgidos,
Espalham em nossa cama e quero ter...

Revoltos os desejos, gritos roucos.
Na busca dos amores tensos, loucos...

PARA MINHA AMADA

Ao procurar amor que já me desse
Esperança de ter contentamento
Depois de tanta reza; tanta prece,
Encontro teu olhar; meu manso alento...

Amores que já tive; insatisfeito,
Que tanto me feriram e sangraram.
Agora que te encontro, amor perfeito;
Meus dias, com certeza, iluminaram...

Verdade que por vezes és distante,
Mas eu te encontro sempre que preciso.
Nas horas mais doridas, és constante.
O sofrimento nunca manda aviso...

Amiga nos momentos mais diversos,
Dedico meu amor em tantos versos...

MEUS VERSOS DE AMOR

Amor que docemente tanto canto,
No verso que dedico; delicado...
Vestindo meu amor, seu branco manto.
Encontro tantos ventos do passado.

Às vezes essas dores incomodam,
Mas nada que me impeça de sonhar.
Os dias tantas vezes mudam, rodam;
Mas sempre esse desejo de te amar...

Não posso reagir com brusco gesto,
Nem ser com a minha alma, rigoroso.
Verdades; no meu canto, sempre empresto.
E disso; meu cantar, mais orgulhoso...

Amando irei fazendo a minha parte,
Usando a poesia que é minha arte...

NA ETERNIDADE DO AMOR

Amor vai vasculhando cada canto,
Não deixando escapar nem um segundo.
Seduz com suas asas, tanto encanto;
Vai entrando, entranhando, tão profundo...

Embora sobre tábuas inseguras;
Caminho temerário, não descanso...
Rompendo com vacilos, amarguras,
Perfeita comunhão eu penso, alcanço...

Amor que amenizando, tanto ajuda.
A ver os mais caminhos mais serenos.
Nas horas mais difíceis, dor miúda,
Amores com carinhos tão amenos...

Amor é sentimento forte e leve,
Às vezes tão eterno sendo breve...

X


São tantas as promessas já desfeitas
Perdidas neste tempo sem ninguém.
Mas quando em nossas vidas foram feitas,
Em busca da certeza de outro bem.
Sabemos rebuscar os nossos sonhos,
Sabemos rabiscar o nosso nome...
Os passos que caminhas, são risonhos,
Meu peito no teu peito chega e some...
Nós somos as metades mais completas
Da mesma sensação de frio e medo.
As rotas que seguimos; prediletas,
Vivemos nosso amor neste degredo.
Lutamos pela mesma sensação
Viver a tempestade da paixão!

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