sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

SONETOS 008

Exposto ao Amor

Em tal enleio trazes teu carinho
Que me remeto aos tempos mais antigos,
Procurando encontrar talvez um ninho
Que proteja de males e perigos...

Farturas onde encontro os arremedos
Do tempo em que vivemos mais distantes
Trazíamos quimeras, tantos medos,
Por vezes nossas vidas degradantes...

Na poda destes sonhos, cabisbaixo,
Mendigo teu perdão, mas nada fazes,
Por vezes ao te ver, cedo me abaixo,
E cedo conhecendo as tuas fases...

Amor que quase sempre lembra a lua,
Nas vestes, tua pele, exposta e nua...

Ruínas


"Minha vida é um montão de ruínas em árido deserto
Um abismo de ais e de suspiros".

As ruínas da vida que perfazem
Os passos esquecidos no passado...
As dores em meu peito tanto jazem
Mudando o caminhar mais esquinado...

Neste árido deserto em minha vida
Não tenho sequer água nem destino.
A mão da solidão, escarnecida,
Tomando meu caminho em triste tino.

Abismos desses ais que tenho em mim,
Vencido pelas dores e suspiros.
A morte vai rondando sem ter fim,
Roubando e retirando os meus respiros.

Minha vida, deserto e aridez
Abismo de suspiros já se fez...

Domado Pelo Amor

Em busca da pantera dos seus sonhos,
Corcel desesperado alça um vôo
Por sobre tantos mares mais risonhos,
Os sonhos do corcel, cedo eu perdôo...

São sonhos como os meus, minha querida,
Envoltos em total ansiedade...
Esqueço destes males, salvo a vida,
Aguardo tanto sonho, liberdade...

Amor como nas tramas mais sutis,
Não cabe mais nos sonhos do corcel,
Que em toda sua vida sempre quis
Alçar um manso vôo pelo céu...

Pantera mostra as garras delirantes
Amor doma o corcel bem cedo e antes...

Poesia e Amor

Nas cinzas do cigarro onde esfumo
A paz que já busquei, abandonada...
Amor quando demais eu perco o rumo,
E morro, sem querer, mulher amada...

Não mais eu procurei o teu caminho,
Porém adormeceste aqui do lado.
Embora tanto amor, estou sozinho,
Deveras neste mundo um duro fado...

A porta que eu abri não fecho mais,
Escancaradamente fica exposta.
Não posso perdoar se amei demais
A vida vai passando decomposta...

Mas vejo esse sinal que já me guia,
Exposto nos seus olhos, poesia...

Sou Feliz?

Não mais escutarei meu coração,
Bem sei que ele machuca e me maltrata,
Quem sabe se terei a solução
Em busca desta lua que retrata

O verso mais doído que já fiz,
O canto solitário deste lobo,
Que nunca, nos seus mares, foi feliz,
E trama neste verso quase bobo

As últimas centelhas deste amor,
Dormido como tudo que já tive,
Vivendo sem saber que se eu não for,
Amor sem ter saudade, sobrevive...

Fingindo que terei felicidade,
Amor que me roubou a liberdade...

Eu Te Amei

Cadê teus olhos tristes que não vejo?
Cadê a poesia que fizeste?
A noite se engalana sem desejo
E a sorte quase sempre não me veste...

Vento que balançando essas palmeiras
Nas praias deste amor que nunca tive.
As horas sem amor são verdadeiras
O resto do que penso não contive...

Agora não me venha com certezas
Que sabes que não é o meu direito,
Vivendo sem sequer sentir tristezas,
Do nada sempre ao nada, satisfeito...

Porém eu jamais nego que eu te amei
Em versos e metáforas fui rei...

O Nosso Beijo de Amor

Jamais esquecerei o nosso beijo
Que nunca foi trocado, disso eu sei...
Apenas vasculhamos o desejo
E tão depressa veio e me entreguei...

Por certo não contavas com meu canto,
Entendo que não queiras mais voltar.
Vivendo o que me resta em desencanto,
Abraço essa cortina, esse luar...

Amada mas não tema pela sorte
O canto que te trouxe fortalece
Terá no teu futuro o vento forte
Que tanto nos dá força e enriquece.

Amada só te peço não se esqueça
Do beijo, mesmo que nunca aconteça...

Amor, meu grande amor...

Calor enlanguescente que desperta
Não deixa quem amava mais dormir.
Amor um sentinela sempre alerta
Embora na distância, hei de te ouvir...

Palavras que soltamos, mais dispersas,
Não cabem nos meus versos enfadonhos,
De tanto que esperamos nas conversas
Agora quê que faço com meus sonhos?

Jogados sobre a cama, sem sentido,
Não deixam os meus olhos mais fechados,
Perdendo-me nos braços deste olvido,
Os sonhos se tornaram duros fados...

Amada não permita que isso ocorra,
Amor tão delicado: me socorra!

Amor que me Domina


Ao ver o desembarque da esperança
Nesta rodoviária-coração,
Recordo velhos tempos de criança
Brincando bem em frente ao meu portão.

Vencendo esses temores, percebia,
Que o tempo nunca pára ou retroage
A vida vai passando dia a dia...
E tudo vai mudando, amor e traje.

Agora que te encontro, não mais penso,
Parece que este tempo já passou.
De tudo que mais quero, mais intenso,
Amor que tão divino, dominou...

Não mais quero a tristeza que devora
Nem solidão pantera me apavora...

Amor de Tanto Amor


Amor quando entolece quem deseja
Amar quem não queria mais um beijo.
Que tudo nesta vida sempre esteja
Envolto no carinho sem ter pejo...

De nada mais importa uma tristeza
Guardada no meu peito. Como cismo!
Amor quando envolvido na beleza
De tantos terremotos, cataclismo.

Não deixe que esse medo nos domine,
Nem faça nosso caso ter um fim.
Que amor de tanto amor nos aproxime
Salve o que de melhor existe em mim.

Sabendo da explosão de tanto amar,
Dê-me esse canto belo em teu olhar!

Amor e Luz

Os sonhos em minha alma coligados
Parecem que não tramam mais a morte
Vivendo desses sonhos bem amados,
A vida se transcorre em plena sorte.

Não posso mais sentir tantas saudades
Do tempo que vivi, sem ter ninguém,
As horas se viver felicidades
Estão por certo ao lado desse alguém

Que veio como um raio de alegria,
Tramando tantas luzes sempre ungidas
Nos templos deste amor, em harmonia,
Tomando totalmente nossas vidas.

Amor que não faz sombra se revela
Reflete minha luz no brilho dela...

Amor Eterno Amor

Quando eu partir em busca d’outras vidas
Que eu espero existirem, acredito;
As horas que vivemos, repartidas,
Serão a minha herança, e o meu grito.

Terás talvez saudades, nisso eu creio,
Te peço, meu amor, por caridade,
Quando um outro amor tocar teu seio,
Trazendo em tal calor, felicidade.

Não lembres deste amor que já se fez,
Não deixe que este canto tão amigo,
Perturbe teu amor por outra vez
Senão jamais farei amor contigo.

Não quero ser sequer a cicatriz
Que impeça meu amor de ser feliz!

Almas Gêmeas

As almas gemelares vão atadas
Procuram pelas fontes mais profanas
Nas loucas heresias, madrugadas,
Aguardam tresloucadas, mais sacanas...

Rolando a mesma cama, sem temor,
Vivendo cada toque com prazer,
Porejam as delícias de um amor
Que sabe tanto dar e receber...

Na claridão das luas que se encontram
As nuas maciezes já se tocam,
Depois de desatadas desencontram
Em tantas alegrias se retocam

E voltam destemidas à batalha
Amor com fanatismo já se espalha...

Um Mar de Amor

Rolando pelas vagas, velhos mares,
Armadas de delírios e desejos
Sereias e serpentes nos luares,
Entregam-se ao amor, profanos beijos...

Netuno em desespero, enciumado,
Espera da sereia um vão carinho.
Depois de tantos anos de noivado,
O deus sabendo a dor de ser sozinho...

A serpe enluarada nada teme
Encontra na sereia um belo par,
O mar numa tsunami, em ondas treme,
Explode em mil orgasmos, ao luar

Que assiste calmamente o desenlace
Das caudas desejosas, no entrelace...

Promessas de Amor

Nas guerras sensuais, vitais pelejas
Que tanto se constela nosso caso,
As horas delicadas que desejas,
Não foram simplesmente puro acaso.

Cabiam tais desejos, nossa lavra,
Há tempos procurados, mãos e bocas.
Sussurros e murmúrios, na palavra,
Havia uma esperança em rubras tocas...

Vivemos embebidos da loucura
Que tanto nos seduz quanto desmaia.
Numa explosão fantástica em ternura,
Deitado no teu colo, prá que saia?

Amada em nossos olhos, a promessa,
Da noite em maravilha, que começa...

Ame sem ter medo!

Não tema essa má sorte nem quimeras.
Nos vasos que se quebram em suores,
As horas mais felizes, primaveras,
Virão de outros momentos bem melhores...

Nas amplas maravilhas que virão,
Os ódios e os temores adormecem,
Libere com ternura o coração,
Que as musas recatadas sempre tecem...

Não tema essa verdade que se oculta
Nas tramas mais doridas deste sonho
Silêncio delicado já se ausculta

Envolto num carinho mais risonho...
E lembre-se, afinal, minha querida,
Que um certo alguém já te adorou na vida...

Minha Princesa

Sonhando talvez ser teu cavaleiro
Vestido com a manta da saudade,
Montado em um corcel aventureiro,
Lutando por amor e liberdade

Nas espadas, nos gládios, tanta luta,
Empunho meus desejos delirantes,
Pantera transtornada, mas astuta,
Aguarda simplesmente tais rompantes

Que fazem deste sonho tão divino
Resgate de ilusões adormecidas,
Vivendo um grande amor tão cristalino
Que vale por milhões, bilhões de vidas...

Castelos e conquistas, realeza,
Amando essa pantera, uma princesa...

Que faço deste amor?

Caminho pelas trevas mais obscuras
Em busca do clarão que me negaste.
Vivendo nessas tramas da loucura
Aos poucos percebendo tal desgaste.

Não minto sobre os medos que inda tenho,
São tantos que não cabem num poema.
Porém a cada dia sempre venho
Mudando lentamente um velho lema...

A timidez que impede que eu reclame
À lua tanto brilho que desejo,
Por vezes tanto fogo que me inflame
Espero e não consigo, nem um beijo...

É fácil compreender por que reclamo,
Que faço deste amor se não te chamo?

Amor Aprisionado

Tento nos decassílabos heróicos
Ou quem sabe nos sáficos desejos
Falar destes vigores mais estóicos
Que formam as centelhas desses beijos.

Se não serei meu verso, assim quebrado,
Vasculho nas entranhas do universo,
Às vezes se deixei de ser amado,
A culpa, com certeza é do meu verso...

Se não me escutas mais, a culpa é minha,
Escravo desta forma de dizer
Que a vida que pretendo, não sozinha,
Ao lado desse amor, intero o ser.

Desculpe se pareço desusado,
Amor nesse meu canto, aposentado...

Liberte o Coração



Um coração tirano e solitário
Por vezes tão austero e distraído,
Encontra-se perdido num calvário
E morre por não ser mais atrevido...

Amores necessitam de mudanças
Embora muito tempo em desacerto,
As noites que prometem tantas danças
Precisam de concerto e de conserto.

Amor que se escondendo no decoro,
Aguarda esse carinho mais audaz,
Por vezes nesse sonho, enfim, vindouro,
Amor em mil prazeres, satisfaz...

Por isso, minha amada, a solução
Liberte esse tirano coração!

Ensinar a Amar

Escuta o que te diz o coração
Embora muitas vezes rebelado,
Esqueça que existiu a solidão
Espero teu amor sempre ao meu lado...

Esgote tantas dores que te atingem
Não deixe que esta luz cesse seu brilho
Os males que por certo já te afligem
Não sejam em t’a vida um estribilho...

Enquanto tu dormias impassível,
Amor nunca parara de sonhar,
Não pense que esse sonho é impossível,
Aprenda pouco a pouco enfim a amar...

Amor não necessita professor,
Pois ensina-se, amando o que é amor..

O Sol Nasceu


Acorde minha amada, o sol nasceu,
E trouxe nos seus raios a esperança.
O mundo que julgava fosse teu
Renova com vigor em nova dança...

Não quero mais sofrer inutilmente
As dores de quem sabe que não tem
Amor que se tornara tão premente,
No fundo não querias mais ninguém!

Os raios deste sol nesta manhã
Trazendo tanta luz sobre meus dias.
Promessas de viver um novo afã,
Em vidas que precisam harmonias...

Talvez se tu quiseres inda veja
Os raios deste sol que não deseja...

Amor que Sufoca

Por tanto amor que tenho, ando perdido
Em busca desta vida que perdi.
Não posso suportar tão dolorido
O mundo que em teus braços recebi.

Minha alma, eterno luto e sofrimento,
Passando pelos astros sem recanto.
O canto que dizia do tormento,
Agora se renova em cada pranto.

Talvez seja a visão desta mortalha
Que trago, fielmente a cada dia...
O gosto tão amargo que se espalha
Espanta o que seria uma alegria.

Morrendo em tanto amor, assim prossigo,
Pois se nem respirar jamais consigo...

A Luz dos olhos Meus...


Vivendo no castelo do desdém
Sozinho sendo escravo da paixão
Depois de tanto tempo sem ninguém
Acostumado à dor e a solidão.

Anseio pelos braços que escondeste
Nas horas mais difíceis tão sozinho,
Amor que me negaste e nunca deste
Deixando meus escombros no caminho...

Amada como posso prosseguir
Meus olhos eu deixei nos olhos teus,
Não tenho nem coragem de pedir
Sem eles vou morrendo em tantos breus....

Não deixe que eu prossiga sem te ver,
Devolva o meu olhar, me dê prazer!

As Marcas do Amor

Recordo desse tempo mais feliz
Quando esperava a vida em alegria.
Se tive em fantasia o que bem quis
Vivendo tanta coisa em harmonia.

Os olhos nunca tristes, marejados,
Frescor como roubasse a primavera
Sonhando com distantes, belos prados,
Vagando por espaço, uma outra esfera...

A tarde que chegou depois me trouxe
Amargor que jamais esquecerei
Matando o que pensara fosse doce
Deixando tantas marcas onde andei

As marcas desgastadas do passado,
Do tempo em que fui também amado...

Um Novo Sonho

Minha esperança feita deste fumo
Que se esvai em plena tempestade...
O sonho que em minha alma toma prumo,
Acorda diluído na saudade...

Meus medos são medonhos, mas sinceros.
São versos esquecidos no meu peito...
Devoram todo dia, tristes, feros,
Trazendo esse amargor, insatisfeito...

As ilusões cativas me deixaram
Partiram por caminhos mais diversos,
Os barcos dos meus sonhos naufragaram
Por entre essas amarras dos meus versos...

Não deixo de tentar um novo sonho,
Que possa me salvar do fim medonho!

Minha Companheira


Dor, minha companheira mais dileta.
Sabendo que jamais eu te esqueci
Nas noites tão sombrias, se completa
E busca a companhia bem aqui...

Dobrando em agonia tantos sinos,
A dor nunca se afasta por inteiro.
Sabendo das angústias dos destinos,
Encontra no meu peito o seu parceiro.

Resume seus encantos na conquista
Que a cada novo dia já me entranha.
Nas danças e promessas, dor se avista,
Invade totalmente, torpe, estranha...

Apenas solidão nunca me larga,
A voz quase fugida, a dor embarga...

Canto de Amor

Minha esperança feita deste fumo
Que se esvai em plena tempestade...
O sonho que em minha alma toma prumo,
Acorda diluído na saudade...

Meus medos são medonhos, mas sinceros.
São versos esquecidos no meu peito...
Devoram todo dia, tristes, feros,
Trazendo esse amargor, insatisfeito...

As ilusões cativas me deixaram
Partiram por caminhos mais diversos,
Os barcos dos meus sonhos naufragaram
Por entre essas amarras dos meus versos...

Não deixo de tentar um novo sonho,
Que possa me salvar do fim medonho!

De tanto amor por ti...

Quando vejo dourado sentimento
Expresso em teu carinho, minha amada,
Não quero recordar tanto lamento
Que trago em minha alma destroçada.

És pura e tão dolente, minha vida,
Se tenho tais ciúmes, me perdoa.
Talvez por te saber demais querida,
Tristezas sem motivos, alma ecoa...

Eu quero que tu saibas deste canto
Que faço ao te encontrar assim queixosa,
Vivendo nessa vida, tanto encanto,
Pois sei que te encontrei maravilhosa...

Amor que quanto toca, doura tudo,
De tanto amor por ti, meu canto, mudo...

Amor e Fantasia

Ferido pelos arcos deste amor,
Jamais deixei de ter uma esperança
Vivendo sem remorsos, tanto ardor,
A sorte se escondendo na lembrança.

Resisto sempre à dor, má companheira,
Embora meu destino mais nefando,
Sabendo que trarei a vida inteira,
Aos olhos e teus braços, sempre amando...

Desculpe estes meus versos atrevidos,
Não cabem mais palavras por dizer.
Amores que se foram, preteridos,
Retornam e maltratam todo o ser.

Mas tenho uma certeza que me guia
Amor demais, contudo, é fantasia...

Amor e Contentamento

Dos raios destes olhos, um poeta,
Vivendo as armadilhas deste amor,
Ferido pelos raios, bela seta,
Agora conhecendo o esplendor.

Seduzes com teus olhos, minha amiga,
Em versos te dedico meu encanto,
A vida sem amor já se periga,
Por isso me encontrei sob o teu manto...

Mimosas tuas mãos que acariciam
Desse divino Deus sacro presente,
Carinhos por demais já me viciam
Amor que sempre mostras, envolvente...

Amada por favor, meu sentimento,
Não cabe mais em si, contentamento...

Muito Obrigado, Amiga...

Quem vive descontente, em tal desgosto,
Não sabe nem sequer felicidade...
O vento vai soprando no meu rosto,
Promessa de terrível tempestade...

A glória de sonhar que não conheço,
Invade o pensamento, num repente...
Pois sei que ser feliz eu não mereço,
Quem dera se vivesse mais contente...

As preces que me fazes, minha amiga,
Por certo ajudarão quem tanto pena...
Nas curvas dessa vida se periga
Ao longe uma esperança inda me acena...

Eu sei que tu desejas só meu bem,
Como é bom se saber que existe alguém...

Amor e Paraíso

Se já sei paraíso nessa vida,
Como posso almejar o paraíso?
Em teus seios, de fato enfim querida,
Encontrei sem temor o que preciso.

O carinho que cura todo tédio,
A canção que professa o meu desejo,
Tudo isso bem sei, santo remédio,
Nesse amor que mirei e que dardejo...

Transmitindo total, manso, sossego,
Longamente procuro sem fastio,
Amor que se imantando já carrego,
Sem loucuras, ciúme ou desvario...

Querida que chegou, tão oportuna,
De tudo que sonhei, minha fortuna...

As Razões do Amor

De tanto sentimento que despertas
Mal sabe quanto quero teu amor.
As horas que vivemos, tão alertas.
Em tantos desafios, teu calor...

Amor fazendo leis que desconcertam
Em várias incertezas já se apóia.
Nas dores que depressa não consertam
Acalmam-se no amor, santa tipóia...

Trazendo nas premissas tanta sorte
Que as leis que amor criou tramam razões
Que se formam das noites brilho forte,
Razões que sempre tramam corações.

Amor se não se cuida se padece
Razões que na verdade amor conhece...

Amor que me Alimenta


Tormento secular que me apavora
Soberba vem, invade o nosso amor.
Quem vive tanta vida sem demora
Não sabe da saudade nem rancor...

Amando quem não ama se condena
A ter em sua vida, sofrimento,
Depois de tanta amor, a dura pena
Que serve de tormento e alimento...

Não vejo mais amor como iguaria
Tampouco te imagino meu presente.
Amando quem amara em agonia,
Aos poucos tanta dor já se pressente...

Amor não obedece sequer língua
Só sei que sem amor, morrer à míngua...

Sede de Amar


Morto de sede neste vasto rio
Por vezes não entendo o meu destino.
Com tantas águas, mágoas vão a fio,
E me desato um ato em desatino.

Alcançaria nuvens mais espessas
Se tantas harmonias fossem preço,
Que pago por viver sempre às avessas
Minha alma não se muda de endereço.

Na fome desse amor já me mantenho
Embora nunca saiba da verdade,
Na sede desse amor já me sustenho,
E nunca mais pretensa essa saudade.

Amor que sempre foi meu preferido,
Jamais será na vida, preterido...

Amor e Esperança


Há tanto tempo envolto nos teus sonhos
Penando sem poder nem reagir.
Quem dera se tivessem mais risonhos
Os dias de esperança e de porvir.

Não tramo mais vinganças nem acertos,
Não quero que te sintas soberana.
Quem soma com incertos desacertos
Transborda em natureza desumana.

Insanas as histórias que denotas
Remotas esperanças de mudança
Amar quando demais encerra cotas
E mata tantos sonhos sem tardança...

Amar quando em perfeitas alianças,
Promessas divinais de tantas danças!

Alucinado

Talvez imensa dor eu merecesse
Por não saber lidar com tal tormento
Que cada vez que penso sempre cresce
Envolto nas tempestas, sofrimento...

Não vejo tal desejo que me farte
Aos poucos sem saber irei vivendo
A mando do que sempre me fez parte
Cercado desta dor que vai crescendo.

Não quero transportar essa matilha
Que corta tão diversa essas entranhas.
Amar é me perder em total ilha
De mares e de terras sempre estranhas...

Não sigo mais vontade nem destino
De tanta dor que trago, me alucino...

Amor Ardente

Fugindo deste amor que nego tanto
Embora sempre cante desolado,
Vivendo do que fora desencanto
As horas mais difíceis do passado.

Não sei se mais terei o que pretendo
Como se a tempestade me tomasse
A noite na minha alma escurecendo,
Tampouco me importando quem amasse.

Amor quando interesses superpostos
Invadem sem temer, o sentimento,
Os âmagos do amor ficando expostos,
Terminam brevemente em sofrimento...

Eu amo quem portanto não me chama
Nem clama pelo amor, ardente chama...

Não Me Deixe, Minha Amada

Amor quando te exponho meus defeitos
Que soem ser mais fortes que pensara
Não sabes quanto doem imperfeitos
Desejos que jamais imaginara...

Mantenho meus segredos escondidos
Nas peles que envolveram a minha alma,
Amores que viveram iludidos
Nem sempre essas tristezas algo acalma.

Não mostro tantas garras que possuo
Senão tu correrias mais ligeiro,
Nos palcos dos amores quando atuo
Dos prantos e das mágoas, companheiro...

Amada não me deixe nem me culpe
Senão perfaço as dores nesta troupe.

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