sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

SONETOS 015

Se ninguém poderá fazer de mim
Isso que de mim mesmo nunca espero
Tais flores esquecidas no jardim
São versos de universos que não quero

Eu quero é ter amor em plenitude
Causando
convulsão em profusão
Fusão
que se explodindo dá saúde
E salva dum enfarte, o coração.

Eu quero é te encontrar na gafieira
Quem sabe, pode ser Maracanã.
Fazer tanta besteira a noite inteira
Depois dormir contigo até manhã...

Agora não prometo quase nada.
Se não vier agora? Madrugada...

X


Meu verso é carinhoso como o cardo
Encardo e sou birrento pra valer...
Depois de tanto peso e tanto fardo
Agora em liberdade, quero ver!

Sou caça que me caço e não me canso
Avanço e se quiser te mostro o ranço.
No fundo do quintal eu sempre danço
E se passo, passo a passo, não avanço...

No ritmo que embalava nossa dança
A moça se cansava e não dançava...
Agora que essa noite já me alcança
A moça que eu queria nunca amava...

Palavra que te quero mais feliz,
Dançando nessa dança, que te fiz...

X


Recebo e não percebo nem concebo
Se tenho ou se não tenho, pouco importa,
Reporto ao meu passado e já te bebo
Nos goles e nos tragos, tranca a porta.

Aberta pouco importa essa porteira
Depois de certo tempo, eu estou frito...
Amor pode ir chamando essa parteira,
Eu sei que esse rebento é bem bonito.

Amada não há nada que não pense
Se penso nada falo ou nada digo.
Amor que te pertence e me pertence
Se não for pra dar samba vira amigo...

Mas quero minha amada tua sorte
Janela quando aberta, o santo é forte...

X

Amada, nossas roupas pelo chão,
Jogadas, testemunhas deste sonho,
Te beijo com total sofreguidão,
E tantas aventuras te proponho...

Deitados, nossa cama, como é bom,
Poder te carinhar a noite inteira,
Por debaixo ou por cima do edredom
O dom de te queimar, minha lareira...

Fazendo-te em meus braços, minha musa,
Aos poucos desnudar-te, e perceber
Os seios por debaixo desta blusa...
Vontade de poder, toda, te ter...

Dançarmos nossa dança predileta
Amor em tentação já se completa...

X

Tanto te quero amor, ensandecido,
Te busco nesta brusca ventania.
Vencendo quem deveras foi vencido
Amor vem invadindo a poesia...

Ninguém pode falar assim do amor,
Sem penas a cumprir se for escasso.
Vou vivendo buscando o esplendor
Que possa me impedir de tal fracasso.

Amor, voando livre borboleta,
Se acoita no meu peito sem descanso.
Vibrando nos espaços, meu cometa,
Envolto em tanto amor, quem dera, manso.

Nas asas deste pássaro sem nexo,
Paixão plural de amor, é medo e sexo...

X


Espero uma manhã que nunca vem
Nas asas deste sonho que não quero.
Depois de tantos anos, vem alguém,
Tramando o mesmo rumo, que eu espero.

Sonatas, cançonetas, serenatas...
A noite tem promessas de esperança
No ritmo desses rios e cascatas
A noite tão silente já se avança...

Amiga, não te falo mais que sinto
Saudades do que fui e não mais sou.
Amor que eu já senti, se vai, extinto,
Não deixa nem mais marcas que trilhou...

Só resta uma certeza: cedo ou tarde
O que me salvará; tua amizade!

X


Eu me esquecera sempre do detalhe
De tuas mãos regando meus desejos...
O tempo se passando sem entalhe
A natureza ardida dos teus beijos.

Azedos os sorriso que me davas.
Em mel retribuía sem sarcasmos,
Nos olhos eu fingia tantas travas
Levando nossa vida nos marasmos...

Agora que já perco o fino traço
E deixo que as abelhas vertam mel,
Esqueço finalmente teu abraço
E parto sem ter asas para o céu.

Eu sei que solidão irá chegar,
Ao menos estou livre para amar!

X


O silêncio queimando me transforma
Nada pior que o eco do vazio...
Amor quando mutável, cada forma,
Que nasce dele mesmo; amor, recrio...

As luzes coloridas se misturam
E tramam novas cores e matizes.
Amores quando amores se procuram
Nos tornam mais felizes/infelizes...

Desse sal que entranhaste tolamente
As lágrimas são feitas e refeitas.
Amar é ser cativo livremente
Alargar essas ruas tão estreitas,

E também estreitar-se na saudade,
É conhecer em dor, felicidade...

X

Ao golpe desferido pelo tempo
Nas desditas eternas, nas arenas,
Por vezes encontrando um contratempo
Nas lágrimas que fingem tolas penas.

Descubro que o amor é sempre assim,
Começa com desejos e carinhos,
“Carinhos e carinhos sem ter fim”
Depois de certo tempo: Enfim, Sozinhos!

Renascem os amores, depois morrem.
Renascem os amores, noutro tom...
Amores renascidos não socorrem,
Renascer o mesmo amor? Raro dom...

Só sei que dessas lutas que travamos,
Só resta o tanto quanto nos amamos!

X


Conhecer as mulheres? Quem me dera...
São esfinges complexas, puro enigma,
Desta tão mansa flor uma pantera,
A mulher nunca tem um só estigma...

É por vezes macia e tão dolente,
Envolvente se quer, depois repele...
Tão confusa te fala claramente,
Nos carinhos suaves, pura pele...

Se tem a sutileza quer conquista,
Amor tão sereno e tão simplório...
Acredite se queres dar na vista,
Mas que jamais invada o território...

A mulher sempre sabe o que mais quer...
Inda mais na presença da mulher!

X

Tanto eu te amo e por isso não te quero
Mas se não quero te amo mesmo assim.
Se em metade que sou me desespero,
Noutra metade estou até no fim...

Sou calor que te esfria em pleno inverno
Sou o frio que aquece teu verão.
Um arcanjo te levo para o inferno,
Um demônio que ensina uma oração...

Nos meus nãos há promessas desses sins,
Se te afirmo preparo a negação.
Se estou perto, direto dos confins,
Se sou chuva resseco o teu sertão.

Tantas vezes amor traduz o fim
Outras vezes dum ódio amor enfim...

X

Que bom o renascer depois de tudo...
As cinzas do que fomos; vento leva...
Por vezes, me sentindo só e mudo,
Buscando a minha luz em meio à treva...

Mas, depois de certo tempo, tão sozinho,
Aprendi me virar sem teus grilhões.
Aberta essa gaiola, passarinho,
Aprende a conviver com tais paixões...

Já sei não voltarás; mas nem preciso.
Os teus passos são teus, os meus? Invento!
Encontrarei talvez meu paraíso,
Pelo menos, decerto, sempre tento...

Amor, pra ser sincero: renasci,
Da morte que encontrava, AMOR, em ti!

X


AMOR... Quantos momentos compartilhas
Com tantas alegrias e tristezas...
Prova de que não somos simples ilhas
Envoltas pelos mares e belezas...

Amor que valoriza cada momento,
Em cada pensamento fortalece.
Amor que se permite até tormento,
Amor que vive em guerra em plena prece...

Pois tudo que fazemos em teu nome,
Amor; posso saber que vale a pena.
A chama da alegria que consome
A chama da tristeza nos apena...

Mas, amor que é turbilhão e tão sereno,
Nada feito em AMOR, será pequeno...

X

Amor... Nunca envelheça o coração,
Esse envelhecimento envilece.
Dos rancores, tristezas, solidão,
Aos poucos, corroendo, a morte tece.

Não deixe de sonhar com novo dia,
Repleto de esperança e brincadeira.
Uma alegria mata essa agonia,
Cantar e ser feliz, falar besteira...

Dançar, voar, sonhar... É permitido!
Mesmo sozinha, dance. Pensamento...
Jogue fora essa dor. Lote vencido
Não cura e só complica. Traz tormento...

Ame! No amor há sempre essa esperança
De fazer renascer a alma-criança!

X


Amor.
Querida, não permita que a tristeza,
Quimera que não deixa a gente ver
Os raios deste sol que, na clareza,
A cada novo dia... Amanhecer!

Amor.
Nunca se esqueça, amada, quanto quero
Teus olhos, teu carinho... Tua paz...
Muitas vezes, nos sonhos, eu te espero,
Mesmo sabendo; não voltas mais...

Amor.
Nossa vida, meus sonhos, esperanças...
Renascem ao ouvir a tua voz.
Revivem tantas luzes... Lembranças.
Saudade me apazigua; tão feroz...

Amor.
Eu sempre te amarei. É claridade...
Somente por amor nasce a verdade!

X


Nosso amor alimenta nossa vida...
É pão, é luz, é brilho... Uma esperança
Que nasce a cada dia e revalida
Vontade de viver. Nos faz criança...

Amor que tantas vezes nos transtorna
E nisso, nos transporta livremente,
Depois, mais bonitos nos transforma,
De tantas flores belas, é semente...

Amor que não permita Deus que morra,
Senão nós morreremos pouco a pouco...
Na dor e na tristeza, nos socorra,
Pois sei que em sua ausência, fico louco...

Não quero nem preciso de riqueza...
Por Deus abençoado, com certeza!

X


Amiga, nunca tema este deserto,
A vida sempre mostra uma saída...
Às vezes ela está sempre por perto,
Tantas vezes, não vês, tão distraída...

O medo que se assoma com tristeza,
Traz lágrimas que tantas vezes cegam.
Não deixe de buscar uma beleza
Nos mares que teus olhos já navegam...

Por tantas madrugadas somos sós,
Depois ao renascer o velho sol;
Seus raios sobre a dor que é tão atroz,
Nos traz a claridade de um farol...

Em meio a tempestades, um abrigo...
Em plena solidão, meu colo amigo...

X


Amigo, em nossas lutas pela vida,
Tantas vezes pensei que estava só.
Acumulando dor e despedida,
Esperança morrendo, feito pó...

Demorei certo tempo sem saber,
Que jamais encontrara solidão...
Nesta espera terrível por viver
Tanto amor; ou quem sabe, uma paixão;

Eu confundia tudo, meu amigo...
Solidão com tristeza e com saudade,
Saudade desse sonho que persigo,
Que um dia possa ter, em liberdade...

Porém, quem tem amigo; tem irmão!
Por certo, nunca teve solidão!

X

Não quero te perder querida amiga...
Desculpe pelos erros que cometo,
Sinceramente espero que consiga;
Meus erros eu corrijo, te prometo...

Tantas vezes maltrato quem eu amo;
Isso é tão contumaz em minha vida
Que disso, esteja certa; eu reclamo.
Não deixe que haja em nós, a despedida...

A gente valoriza quando perde,
Assim as coisas são; infelizmente...
Se obedecermos tudo que nos pede
O coração: sozinhos, de repente...

De tanto que sofri, minha alma voa...
Por isso, minha amada, me perdoa.

X


Quem me dera ter olhos para ver
Esse sol que jamais eu tinha visto,
Depois de tanto tempo sem saber
Nem perceber sequer que eu inda existo...

Andando pela vida, sem futuro;
Tramando tantos sonhos, sem por que...
O chão em que pisava; sempre duro,
Buscava o meu amor. Ah! Mas, cadê?

Agora que te encontro, minha amada,
Agora que estás aqui por perto.
Agora que esta vida iluminada,
E surges como oásis no deserto.

Eu passo a descobrir, de novo, a vida...
Por meio destes olhos teus, querida...

X

Amor? Por que vieste assim, tão forte?
No outono com vigor de primavera...
Amor que não pergunta, traz a sorte.
Amor que sempre esteve, desde outra era...

Amor que não mais resisto, nem respiro...
Amor com plenitude mais vital.
Amor quando em teus braços eu me atiro,
Amor que é tanto da alma quão carnal...

Amor que é tempestade e traz ciúmes...
Amor que é claridade em plena treva,
Amor que sempre encharca de perfumes,
Amor que em pleno estio; triste, neva...

Ao ver assim aflito, respondeu:
-Simplesmente por que somos tu e eu!

X

Querida, não me julgues, por favor.
Bem sei que errei demais durante a vida...
Cumprida entre tristeza e muita dor.
Eu peço, não me julgues mais, querida...

Se tanto tropecei na caminhada,
Se tanto me feri em tanto espinho.
Entenda por favor, ó minha amada.
Por isso é que fiquei sempre sozinho...

Quem sabe; uma esperança se renova,
Enfim eu poderei ser mais feliz...
A dor que trago na alma já te prova
Que és tudo, nessa vida, o que mais quis...

Por isso, companheira, deixa estar...
Quem julga, quase nunca sabe amar!

X


Não duvides do amor que eu já te trago,
Ele é feito de dores do passado,
Nasceu num coração que é puro estrago,
Durante muito tempo, abandonado...

Não duvides sequer do meu desejo.
Pois ele renasceu das duras trevas.
Sonhando com carinho e com teu beijo,
Seguro tuas mãos; e tu me levas...

Não duvides assim de quem sofreu...
Duvidar é se achar em pleno mar,
Ao sabor das correntes se perdeu
E depois, talvez nunca, retornar...

Minha amada não quero te perder.
Necessito de ti para viver!

X

Nós devemos lutar por nossa vida!
Vida! Não é somente uma existência...
Não desperdice a vida assim, querida...
Viver não é cumprir só penitência...

E saiba da importância que tu tens,
Nas horas mais difíceis, abra o peito...
Não faça dos amores teus reféns,
Amar e ser feliz; NOSSO DIREITO!

Nunca desistas duma boa luta,
Lutar é viver, lute sem ter medo.
Não há ninguém melhor no mundo. Escuta
A voz do coração, ouça um segredo:

Viver é ter prazer, dor... Repartir...
O resto não é vida. É existir...

X

Interessante quando nós pensamos
Na vida em suas dores e alegrias...
Tantas vezes sabores encontramos
Nas coisas que vivemos, nossos dias...

Quem sabe do amargor da solidão
Conhece todo o mel desse prazer.
Quem guarda todo o doce da emoção
Recebe todo o fel quando perder...

A vida se refaz, meu companheiro,
Não temas esse amargo que te toma.
Nem penses em doçura o tempo inteiro.
A vida se resume nessa soma...

Seria tão ruim se a vida fosse,
Só mel ou fel, por isso é agridoce...

X


Paço do Lumiar, talvez um sonho,
Cravado no Brasil, nascido em luz;
Com nome tão brilhante e tão risonho,
A claridade na alma reproduz...

No mundo dentre trevas, injustiças,
Medonhas discrepâncias e quimeras.
Crivado de maldades e cobiças,
As ruas, capital, entregue às feras.

Vivendo neste mundo tão terrível

De repente, uma luz chama atenção...
Surgida na palavra, na cidade,
Que em si nos demonstrando a solução
Quem sabe de viver felicidade...

A vida sempre está no limiar.
O sonho neste paço, Lumiar..
.

X

Não deixe tua vida pra depois...
Isso não, ser feliz é ter urgência...
Tristezas, alegrias, ou nos dois,
A vida nos demonstra a competência.

Amiga, teu amado não demora...
A noite não será por certo longa.
Quem sabe, não discute, faz agora.
Que o tempo é tempo certo e não se alonga...

Viver é plenitude do desejo,
Desejo é plenitude do viver.
Futuro luminoso te antevejo,
Não tema; isso é bem fácil perceber.

Abrindo o coração, a porta aberta,
Expulse a tal tristeza, esteja alerta!

X


Nunca planeje a vida; ela nos trai...
Os dias não repetem nem as horas...
É certo: se subiu, decerto cai.
Se ris hoje, amanhã; saiba, tu choras..

A fruta que hoje é doce, foi azeda,
Depois que amadurece, fica boa...
O fogo que se queima em labareda
Nas
cinzas se devora, depois voa...

O gosto delicado sobre a mesa,
Amor transforma a dor no teu sorriso.
Viver é sobretudo, uma surpresa.
Por isso faça aqui seu paraíso...

Não tema teu futuro, Deus provêm.
Depois, o fim, escuro, e mais ninguém...

X

Querida, não espere que o futuro
Apareça do nada, sem ter luta...
Porém não fique aflita; do chão duro
Nasce a bela flor, mas seja astuta...

Retire todas urzes do caminho;
Não deixe que o temor se sobreponha.
A flor quando é bonita traz espinho;
A vida recomeça assim que sonha...

No fundo, tu serás a vencedora;
Os medos sempre acabam no final.
Tu sabes que há um Pai que já te adora,
Te fez e criou todos, afinal...

Querida... Tu terás as recompensas;
Mais cedo que imaginas ou que pensas...

X

Diante dos teus olhos, tudo muda,
A dor que sempre vinha, não vem mais...
No brilho que transmitem, tanta ajuda,
No lume dos teu olhos, plena paz!

Os olhos que recendem tantas luzes,
Irradiam caminho mais escuro.
Mostrando onde se encontram duras urzes.
Promessa tão feliz de bom futuro...

A claridade brota e vem direto
Tornando os olhos meus bem mais brilhantes.
Nos olhos da ternura e manso afeto,
Inundações divinas e constantes.

Teus olhos são tão plenos: claridade.
Te peço, nosso amor: felicidade!

X


De toda uma tristeza, sofrimento.
Meu riso se espalhando em alegria.
O fim de tanta dor e do tormento
Invadindo o meu mundo todo dia.

Me sinto mais liberto e mais cativo
No amor que sepultou essa tristeza.
Sentindo finalmente que estou vivo.
Entrego o coração, tenho certeza!

A dor que se desmancha em pleno abismo,
Saltando sem sequer olhar pra trás.
Trazendo em nosso amor tal otimismo
Mostrando: ser feliz, eu sou capaz!

Fazendo deste sonho pleno mel,
Nos braços de quem amo, vou ao céu!

X

Seguindo tua sombra, eu caço a luz...
Decerto que parece assim bisonho.
A sombra que da luz já se produz
Demonstra como é belo o nosso sonho...

Eu sigo teu caminho, minha amada,
Pois sei como é tão belo, iluminado.
De flores e de luzes, tua estrada,
Garante ao meu futuro um doce fado...

És toda uma certeza de que um dia,
Irei ter plenitude em alvorada;
Caminho que traduz tanta alegria,
Depois de minha fria madrugada...

Eu sigo tua sombra pr’onde for.
Pois sei que nela está MEU GRANDE AMOR!

X

O teu perfume, amada, o teu aroma...
Mistura de fragrâncias divinais...
As mãos tão delicadas, bela soma
De deusas e belezas naturais...

Por vezes me enlutando de tristezas,
Procuro o teu perfume dentre as flores...
Em nenhuma encontrei delicadezas
Que possuis, minha amada, em seus olores...

Por favor não me deixes, primavera,
Eu te quero comigo, eternidades...
Tenho medo que a vida, besta fera,
Te carregue de mim, fatalidades...

Mas por isso te quero sempre aqui...
Primavera dos sonhos, que vivi...

X


Quando te sinto, lúbrica e sedenta,
Deitada nos meus braços, sedutora...
A vida em esperanças se arrebenta
Em minha alma que é sempre sonhadora...

Nos teus olhos tristezas preservadas
Deste tempo sofrido, sem amor...
Minhas mãos te buscando, t’as estradas,
À procura do mar, pleno calor...

Observando teu rosto em convulsões
Que
somente o prazer nos propicia,
Tanto amor vem jorrando aos borbotões
Nesta dor que enlouquece e que vicia...

E de tanta ternura, então me inundo,
Não há maior beleza neste mundo!

X

Caminho pelas ruas, noite adentro...
Buscando meu descanso, que não veio.
Do amor que se deseja, desconcentro,
Sozinho; pois negaste amor e seio...

Procuro meu remanso, um só carinho,
Ao fim de uma ilusão, quimera bruta.
Não mais irei dormir assim sozinho.
Preciso companhia, até de puta...

Eu sei que não devia mais pedir,
Pois vives noutros braços, mas te peço...
Não deixe que a saudade viva aqui,
Das dores e tristezas me despeço.

Me dê o teu amor, mais uma vez.
Senão a noite engole-me, talvez...

X


O meu peito doendo tua ausência,
Na presença da morte que adivinho...
Te peço, meu amor, tenha clemência,
Não me deixes aqui, morrer sozinho...

Sou criança e preciso do teu seio,
Sou poeta e desejo o teu amor...
A saudade tão próxima já veio,
Agora talvez chegue o desamor...

A presença me cura da saudade,
Desamor se combate com carinhos...
Meu destino: buscar felicidade,
Que só vejo nos nossos mansos ninhos...

E se amor estivesse aqui, querida.
Mais eterna seria tua vida!

X

Nos teus rastros segui, eternamente...
Languidez e ternura na nudez.
E deitado sob ti, tão calmamente,
Lembro-me quando a vi, primeira vez...

Estavas tão desnuda e me assustei,
Com as marcas profundas que carregas.
De toda essa beleza, imaginei,
Tal pureza que ao ver-te já te negas...

Mas tão bela, decerto, no teu brilho,
Nosso amor continua. Eu inda te amo,
E cada vez que te vejo, maravilho,
Tantas vezes, em versos, eu te chamo...

Nos meus sonhos estás tão bela e crua
Cada vez te amo mais, amada lua...

X


De toda uma alegria, nada resta
Somente a solidão, triste quimera.
A dor que a tanto amor, o fim empresta,
Demonstra como a vida só, é fera...

Amor quando se acaba, solto ao vento,
Dos olhos, tanta dor, lacrimejando...
O sonho de viver, pressentimento,
Aos poucos, como tudo, se acabando...

Quem fora companheira, leva a vida...
E deixa, em seu lugar, este vazio.
Sabendo deste fim, minha querida,
Não deixe que vivamos neste frio...

Por isso, minha amada, fica comigo,
De certo irei dormir, findo o perigo...

X

Maior amor; no mundo, te garanto,
Jamais existirá que o nosso amor.
Amor que se traduz em tanto encanto,
Encantos e desejos, olor, flor...

Eu quero t’a nudez na minha cama,
Nas tramas que confundem nossas coxas.
Aos poucos acendendo nossa chama,
Depois as tuas pernas, mansas, frouxas...

Amor que se deseja eternamente
Mas mente nessa eterna gratidão,
Se forma coração, desejo e mente,
Se sente no explodir dessa emoção.

Depois no regozijo do depois,
O gozo no cansaço de nós dois...

X


Tu quando me levaste pelas ruas,
Andando quase sempre lado a lado.
Depois nas nossas bodas, bocas cruas,
O tempo de viver, tão separado...

Eu via em tua boca o meu desejo,
Mas nada do que vinha em recompensa.
Apenas negação de cada beijo,
A vida se fazia vaga e tensa...

As horas se passando, sem amor...
Os dias derrotados, todos brancos;
Quem fora meu amor, perde o fulgor,
Sorrisos disfarçados, meio aos trancos...

Depois de certo tempo continuas,
Nesse infinito amor de vocês duas...

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