sábado, 30 de janeiro de 2010

23896

Pudesse ter nas mãos as linhas do futuro
Cigano coração, vagando mesa em mesa,
Adentra a solidão, prepara uma surpresa
E deixa o meu viver amargo e sempre escuro;

A solução; não sei. E quando em vão procuro
A vida se defende e mostra com destreza
A luz tão farta e rara expondo-se em beleza
E neste lusco-fusco; indômito, eu perduro.

Decerto quanta vez num brilho raro e nobre
A sorte sem desdém, aos poucos me recobre,
Mas quando vejo enfim, do corte a santa cura,

As mãos sonegam luz, e o medo continua
Aonde houvera amor, neblina cobre a lua
Deixando como rastro apenas a loucura.

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