sábado, 30 de janeiro de 2010

23822

Não posso me calar enquanto a fúria volta
E tomando de assalto o coração insone
Por mais que a fantasia ainda reste e abone
A vida se transforma e envolto em tal revolta

Minha alma apodrecida, as mãos dos sonhos solta
Enquanto a solidão impede que abandone
A senda em que talvez uma alegria clone
E muda cada fase, o amor sendo esta escolta.

Mas vejo que afinal o corpo se desfaz
Deixando esta carcaça aos rapineiros lobos,
Em torno deste verme, os sentimentos probos

Ainda que distante, avista-se na paz
O que talvez pudesse enfim me redimir,
Porém cedo se amarga o que fora porvir...

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